No mesmo dia em que a Conmebol anunciou multa de US 12 mil (cerca de R$ 27,8 mil) para o Real Garcilaso, do Peru, por ofensas racistas contra o volante Tinga, do Cruzeiro, o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) julgou o Mogi Mirim por ofensas contra o também volante Arouca, do Santos. A punição foi um pouco mais dura: multa de R$ 50 mil para o time de Rivaldo, que continua com o Romildão interditado.

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O julgamento havia começado na semana passada e foi adiado para que mais testemunhas pudessem ser ouvidas. O clube foi citado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade (...)) e condenado por unanimidade.

Foi descartada a hipótese de o clube ser julgado com base no 1.º parágrafo do artigo, que possibilitava a perda de pontos caso a infração fosse "praticada simultaneamente por considerável número de pessoas". Valeu o 2.º parágrafo, que prevê multa ao clube "cuja torcida praticar os atos discriminatórios".

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O Mogi também foi condenado, por maioria de votos, no 3.º parágrafo do artigo 243-G, uma vez que a infração foi considerada de extrema gravidade. Assim, o Estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira (Romildão) segue interditado.

O local foi o palco, em 6 de março, de ofensas racistas contra o volante Arouca, do Santos, após a partida em que o time alvinegro goleou os donos da casa por 5 a 2 pela 12.ª rodada do Paulistão.

Um dia depois, a Federação Paulista de Futebol interditou o estádio por entender que "tal forma de agir macula de forma indelével a disciplina desportiva e macula, igualmente, os princípios básicos de civilidade e humanismo". Não há previsão de reabertura do estádio. O Mogi só volta a campo daqui a pouco mais de um mês, na abertura da Série C do Campeonato Brasileiro.