A invasão do gramado por cerca de duas dezenas de torcedores atrapalhou o treino da seleção brasileira na tarde deste sábado (3) na Arena da Amazônia, em Manaus. Neymar chegou a ser agarrado por dois torcedores e acabou derrubado, mas não se machucou. Os seguranças tiveram trabalho, mas conseguiram dominar a situação.
O treinamento foi aberto ao público após um acordo entre a CBF e o Ministério Público do Amazonas. Cerca de 15 mil pessoas entraram no estádio.
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Leia a matéria completaJá na parte final da atividade, após treinamento de cobrança de faltas e quando Neymar se preparava para treinar cobrança de pênaltis, um torcedor invadiu o gramado e foi perseguido por um segurança. Ao perceber, o volante Paulinho pediu calma e foi abraçar o invasor, protegendo-o. Em seguida, vários outros mais afoitos foram ao gramado, vaiados pela maioria.
Dois dos torcedores conseguiram chegar até Neymar. Agarrado, ele caiu. Mas os seguranças chegaram para protegê-lo, três deles. O atacante não demonstrou irritação. Pouco a pouco, os seguranças foram retirando os invasores e o treinamento pôde prosseguir.
No final do treino, alguns jogadores, entre eles Neymar, Willian e Lucas Lima, saudaram a torcida e atiraram bolas para ela. Neymar chegou a ir junto aos torcedores e fez algumas selfies. Sem camisa, foi retirado pelos seguranças. Nesse momento, chegaram alguns homens da tropa de choque da PM, que foram recebidos por vaias.
Antes, o treinamento havia sido marcado pela correria. Desta vez, porém, o corre-corre pode ser definido como “sadio”. Os torcedores entraram no estádio com o treinamento já iniciado e quiseram se apressar por dois motivos: não perder nenhum lance e, para centenas delas, ver Neymar mais de perto.
O treino começou apenas com os reservas em campo, e sem a presença dos torcedores. Depois de 45 minutos, os titulares, que estavam fazendo trabalho na academia, foram a campo - Renato Augusto fez trabalho físico à parte - e o acesso da torcida foi liberado. Para assistir ao treino os torcedores tiveram de trocar, antecipadamente, um quilo de alimento não perecível, que será doado a uma instituição beneficente do Amazonas, por ingresso.
Ao entrar em campo, inicialmente Neymar participou de uma roda de bobinho num dos cantos do gramado. Ao perceberam a presença do craque naquele canto, muitos torcedores se dirigiram em desenfreada correria para lá, querendo ver o ídolo mais de perto. Neymar retribuiu com um aceno.
A correria levou os administradores do estádio a pedir que o público se comportasse. “A Arena da Amazônia pede que os torcedores assistam ao treino sentados para que todos possam acompanhar a atividade confortavelmente”, foi o recado dado por meio dos telões do estádio.
Demorou um pouco, mas a grande maioria dos torcedores acabou se sentando. Os gritos histéricos continuaram até o encerramento da atividade. Os torcedores também exaltaram alguns jogadores e, em determinados momentos, cantaram: “Olê, olê, olê, olá, Neymar, Neymar!”
Mais de meia hora depois de o acesso da torcida ter sido permitido, ainda havia gente entrando na arena. E do lado de fora milhares de pessoas, sem ingressos, mantinham a esperança de entrar.
A procura levou a uma ilegalidade. Cambistas que haviam trocado alimentos por bilhetes tentavam vendê-los por até R$ 40. Mas até o fim do treino nenhuma prisão foi registrada.
Muito antes do início do treinamento, porém, a expectativa dos torcedores manauaras era grande. Desde o começo da tarde, filas se formaram na entrada da Arena da Amazônia. Apesar de só ter acesso portadores de ingressos e a carga distribuída ter sido de 15 mil bilhete e o estádio ter capacidade para até 42 mil - o que significa que todos poderiam entrar com tranquilidade -, a maioria preferiu chegar cedo para “garantir o lugar”.
“Não é sempre que a seleção vem aqui, é legal ver o jogadores e toda essa movimentação”, disse Madalena da Silva, que está desempregada, mas neste sábado só queria saber de curtir a seleção. Ela não tem um jogador preferido, mas tem certa “quedinha” por Neymar.
O autônomo Antonio Miguel, de 55 anos, também disse que tinha de “aproveitar a oportunidade” de ver a seleção. “A seleção a vir aqui em Manaus e a gente tem de desfrutar. Eles vêm para trabalhar e a gente para desfrutar com eles.”
Assim como Madalena, o torcedor trocou um quilo de alimento perecível por um ingresso na quinta-feira e afirmou que o processo foi rápido.
O vascaíno Miguel, no entanto, não estará na Arena da Amazônia na terça-feira, dia da partida contra a Colômbia. O preço dos ingressos - a entrada inteira mais barata custa R$ 209 - o afastou, como a muita gente. “Com esse preço não dá, aí tira do leite das crianças, não pode. Eles cobram muito caro e fica difícil para nós, amazonenses.”
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