O vereador Felipe Braga Cortês (PSDB) acusa o Atlético de um calote de quase R$ 22 milhões pelo não cumprimento de contrapartidas referentes à reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo. O parlamentar solicitou nesta terça-feira (31), na Câmara Municipal de Curitiba, a criação de uma comissão especial para acompanhar o cumprimento das obrigações assumidas pelo clube com a Prefeitura no Termo de Convênio 19.275, assinado em 2010.
Segundo Braga Côrtes, cinco dos oitos pontos do acordo não estão sendo aplicados, sendo que os dois principais se referem à desapropriação de imóveis no entorno da Baixada (R$ 16 milhões) e à cessão, por cinco anos, de 50% da sede administrativa do clube para a Secretaria de Esporte e Lazer (R$ 5,7 milhões).
Assim, o montante chegaria a aproximadamente R$ 21,7 milhões. “Hoje existe um calote. As alegações deles [Atlético] são infundadas, mudando o objeto do contrato e colocando o CT do Caju [no lugar]. A resposta da Prefeitura é de que não aceita de jeito nenhum”, afirma o político, que espera que a comissão seja montada e em 15 dias.
“Vamos ter de acompanhar as medidas que o município está fazendo e, conforme for, se a comissão achar por bem, ela pode até virar uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] para punir quem estiver errado”, completa o vereador, que também é conselheiro do Coritiba e foi abertamente contra o Mundial no estádio do rival.
De acordo com documento enviado pelo Atlético à Prefeitura em dezembro de 2014, o clube nega a dívida das desapropriações, cujo prazo de pagamento terminou na virada do ano. O argumento é de que a quantia deveria ser divida com o Estado e a Prefeitura, já que “o convênio previa a tripartição de responsabilidades no aspecto financeiro de todo o empreendimento”.
O clube, no entanto, também pede o reconhecimento dos R$ 7,2 milhões utilizados na permuta referente aos terrenos e imóveis do Exército no entorno do estádio, necessários para a realização da obra, como prova da quitação de sua parte das desapropriações. A obrigação do Rubro-Negro com as Forças Armadas também não foi totalmente cumprida.
Sobre a cessão da sede administrativa, o Atlético afirma que ela está localizada no CT do Caju, não no entorno do estádio, como contesta a Prefeitura, em área que abrangeria o centro de imprensa da Copa. O clube oferece área de 593 m² em seu centro de treinamento para a municipalidade, que cobra a disponibilização de local de 3.762 m² anexo à Arena.
Assim, a batalha de versões vai parar na Justiça. Em fevereiro, a Procuradoria-Geral de Curitiba respondeu ao ofício do Atlético dizendo que não há amparo legal para o município acatar os termos da proposta do clube. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, uma ação contra o clube está em fase final de elaboração e deve ser ajuizada nos próximos dias.
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