O vocabulário de Marcelo Vilhena após o Atletiba deste domingo (22) parecia mais o de um psicólogo do que o de um técnico de futebol. Com palavras como “instabilidade emocional”, “maturidade” e “consistência psicológica”, ele tentava explicar não somente a derrota para o maior rival, mas também o amplo domínio da equipe de Marquinhos Santos.
“Houve uma grande instabilidade emocional após o primeiro gol. Abrimos muito espaço e nos preocupamos muito com a saída de bola dos três zagueiros”, afirmou. “Não tivemos maturidade para acalmar a partida, quisemos reverter o placar muito rápido e o Coritiba passou a jogar no nosso erro.”
Apenas em um momento ele admitiu que tinha sua parte de culpa no resultado. “Não gostei da primeira etapa, a formação contribuiu [para o mau início].”
“A gente ainda precisa amadurecer alguns conceitos, entender o que representa um jogo como esse. ter consistência psicológica e sofrer menos com as situações adversas do jogo”, disse. Ele citou nominalmente o zagueiro Marcão. “Ele se assustou um pouquinho, sentiu a pressão, mas mesmo assim se recuperou.”
Vilhena também viu pontos positivos, mas com várias ressalvas. A defesa foi um deles. “Estou relativamente satisfeito como o Marcão e o Lula”, afirmou, com ênfase no “relativamente”.
O técnico reclamou do meio-campo do time, que “ainda não conseguiu se encaixar”, mas gostou da entrada de Bruno Mota e dá pistas de que no futuro deve escalar Mota ao lado de Pelissari e Marmentini. “Pode ser uma trinca. [O meio campo] é o setor que tenho mexido mais”, disse.
Apesar do revés, Vilhena disse que o time não pode ser reprovado, pelo jogo ter sido “contra o maior rival.” E deixou no ar uma ponta de esperança. “Já tem coisa boa acontecendo.”