Enfim foi anunciada a estratégia de longo prazo do YouTube. Será a criação da YouTube TV, uma mescla entre o formato atual e o formato do Netflix. Mas ela não vai impactar o futebol local do jeito que você imagina. Afinal, o YouTube não é canal. O YouTube é plataforma. Ele não concorre com a Globo, SporTV ou ESPN. Ele concorre com a Net, a Sky ou qualquer outra plataforma que agregue conteúdo de múltiplos canais.
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A briga, nesse caso, é muito maior, mas dificilmente vai ter impacto significativo no futebol brasileiro no futuro próximo, uma vez que no Brasil, por suas complexas peculiaridades, a competição por direitos (ainda) é entre canais. Na Europa, em especial na Inglaterra, a briga por sua vez se dá entre plataformas, e por isso essa empreitada do YouTube pode gerar um impacto bem significativo na indústria ao longo da próxima década, ainda mais considerando as mudanças legislativas que devem eliminar as restrições de conteúdo por país na Comunidade Europeia. Só depois é que talvez vejamos isso respingar no futebol nacional.
É difícil que o formato que a engrenagem comercial dos direitos de transmissão de futebol possui seja rentável no atual formato do YouTube . Com a YouTube TV, porém, tudo faz mais sentido como negócio. Vai ser possível assistir futebol do mesmo jeito que vai ser possível assistir qualquer outro conteúdo produzido por outros canais parceiros. Será como assinar a NET, mas sem ter que esperar um cara desembaraçar a caixa de fios do prédio.
Curiosamente, nesse começo não será possível assistir conteúdo da Turner, que não chegou a um acordo com o YouTube .
Mas, com sorte, pelo menos hoje conseguiremos ver o Atletiba.
*Oliver Seitz é o diretor acadêmico de um mestrado promovido pelo Barcelona, em parceria com o Instituto Cruyff, sobre gestão esportiva. Foi professor no curso de Football Industry da Universidade de Liverpool e na UCFB Wembley.
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