Kalil reclama de veto ao Estádio Independência
O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, voltou a reclamar de a Conmebol ter vetado o Estádio Independência onde o time ostenta uma série de 38 jogos invicto e ter levado a final da Libertadores para o Mineirão. "A decisão foi unilateral. Não houve critério. Tentei ir à sede da Conmebol e me avisaram que nem adiantava porque a decisão já estava tomada. O presidente da Conmebol tem de dar uma explicação e a CBF foi muito fraca nessa questão", desabafou. Constrangido, Eugenio Figueredo, presidente da Conmebol, alegou que a decisão levou em conta a segurança da partida. No Paraguai, o jogo foi no Defensores Del Chaco, para 32 mil pessoas o regulamento prevê mínimo de 40 mil lugares.
O Atlético-MG protagonizou ontem nova proeza na Libertadores. Desta vez, a maior de todas. Após perder na ida por 2 a 0, no Paraguai, o Galo devolveu ao Olimpia o placar no Mineirão, diante de 56 mil pessoas. Mas foi conquistar o seu primeiro título da principal competição do continente apenas depois da prorrogação, nos pênaltis, por 4 a 3.
Os gols atleticanos foram de Jô e Leonardo Silva, já no segundo tempo. Depois de um 0 a 0 os 30 minutos extras, as penalidades. Miranda iniciou perdendo, com defesa de Victor, talismã dos donos da casa, com três defesas de pênalti fundamentais na disputa. Alecsandro, Guilherme, Jô e Leonardo Silva marcaram para o Galo Ronaldinho Gaúcho nem precisou bater. Ferreyra, Candía e Aranda também fizeram, mas Gímenez chutou na trave selando o tão esperado triunfo alvinegro.
Ainda no gramado, o técnico Cuca celebrou a vitória e o fim da pecha de azarado. "Muita coisa que passa na cabeça da gente. Obrigado, minha mãe. Agora quebramos tudo isso aí, não tem mais azar", declarou o curitibano de Santa Felicidade.
O feito dos mineiros foi ainda mais notável considerado o histórico da disputa e o retrospecto dos alvinegros. Em seis oportunidades até então, uma única vez o time que largou batido por 2 a 0 arrancou a virada. Em 1989, o Nacional de Medellín igualou o placar imposto pelo rival do Galo de ontem, o Olimpia, e triunfou nos pênaltis.
Além disso, a reviravolta foi outra façanha do Atlético-MG na competição. Nas quartas de final, a classificação ocorreu com uma defesa milagrosa do goleiro Victor, aos 47/2.º, em pênalti que se convertido pelo Tijuana-MEX representaria o adeus.
Na fase seguinte, o arqueiro reapareceu como "santo", ao garantir a passagem pela semifinal espalmando outro pênalti. Desta feita, na última cobrança do argentino Newells Old Boys na decisão por penalidades. "Quando é sofrido parece mais gostoso", declarou o camisa 1.
Não bastasse, a superação atleticana se deu contra um oponente bem mais experiente. Os paraguaios entraram no gramado na condição de tricampeão da Libertadores, com seis finais. Os brasileiros, por sua vez, estrearam no duelo derradeiro.
Em seu primeiro jogo no remodelado Mineirão pela Libertadores, o Galo não conseguiu reprisar a pressão que vinha impondo aos adversários no Independência. O estádio em que o Galo triturou seus adversários na disputa cinco vitórias e um empate acabou vetado pela Conmebol por ter capacidade inferior a 40 mil pessoas, número exigido pelo regulamento para receber a finalíssima.
Na etapa inicial, a equipe paraguaia foi mais perigosa. Diante disso, a equipe de Cuca partiu para a cima na volta do intervalo. E com apenas um minuto, Jô aproveitou falha da defesa para abrir o placar: 1 a 0. O desafogo, no entanto, viria apenas aos 41 minutos, com Leonardo Silva: 2 a 0.
Assim, ao apito do árbitro a escolha do campeão foi para a prorrogação. Nos primeiros 15 minutos, o Atlético-MG mandou uma bola na trave com Réver. Na virada de campo, nada de gols. Nos pênaltis, 4 a 3 para o Atlético-MG. Taça erguida e vaga na Mundial de Clubes, no Marrocos, onde espera medir forças com o Bayern de Munique de Pep Guardiola.
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