A situação contratual do atacante Esley, uma das apostas do técnico Roberto Cavalo para a Série B do Campeonato Brasileiro deste ano, foi questionada pelo Brasiliense na última segunda-feira, dia anterior ao empate por 0 a 0 diante do rival, através de uma queixa enviada à Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A acusação é a de que o jogador estaria registrado irregularmente até novembro deste ano no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF.
O jogador se transferiu em 2005 para o Santa Clara, de Portugal, mas não obteve sucesso no futebol europeu. Amparado por uma liminar, Esley voltou para o Brasil no ano passado e teve uma rápida passagem pela Portuguesa-SP, além de disputar a Série B do Campeonato Brasileiro de 2006 pelo próprio Gama. Neste ano, o atacante atuou pelo Crac no Campeonato Goiano e pelo Gama, mais uma vez, disputa a Série B.
Segundo o documento enviado pelo advogado do clube, Carlos Portinho, à Procuradoria do STJD, o contrato de Esley com o clube português é válido até 30 de junho de 2008, e a liminar que o permitia atuar por clubes brasileiros se encerrou em dezembro. Dessa forma, o jogador não poderia ter assinado com o Gama em definitivo, já que o Santa Clara não emitiu atestado liberatório.
Em um dos trechos da queixa contra o atleta do Gama apresentada ao STJD, o Brasiliense afirma não querer se beneficiar da situação irregular de um jogador do rival, e sim evitar qualquer tipo de punição ao Periquito.
- O interesse do querelante surge não porque pretenda obter qualquer vantagem na tabela do campeonato mas, sobretudo, para evitar qualquer punição à equipe do Gama caso se favoreça da escalação desse atleta sobre quem recai a suspeita de irregularidade no seu registro, seguindo os princípios da legalidade e moralidade que conduzem o futebol.
Em pesquisa feita no site oficial da Federação Portuguesa de Futebol e em matérias de jornais portuguesas, como a publicada no jornal Record Portugal no dia 18 de janeiro de 2006 com o título 'Saída de Esley gera polêmica', o Jacaré argumenta que Esley ainda está registrado como atleta do clube português.
- Os fortes indícios de que o registro é de fato irregular por possuir o atleta contrato com o clube Santa Clara de Portugal, e que justificam essa queixa, decorrem não só de breve contato feito por telefone com a Federação Portuguesa de Futebol que confirma o registro do contrato desse atleta com a equipe do "Santa Clara", em vigor até 30.06.08; como porque em breve consulta ao site da Federação Portuguesa de Futebol, pesquisando pelo nome desse atleta é possível identificá-lo dentre todos os atletas lá registrados.
O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, afirmou que a CBF deve se pronunciar e enviar os documentos necessários na próxima segunda-feira e, após a análise jurídica, um dos 15 procuradores do STJD será nomeado para formalizar a denúncia.
- Se for comprovada a irregularidade, a punição acontecerá para as partidas disputadas nos 30 dias anteriores à formalização da denúncia.
Se o Gama for punido na próxima semana, poderá perder 30 pontos, já que a lei prevê a perda de seis pontos a cada partida. Como conquistou oito pontos em cinco rodadas na Série B do Campeonato Brasileiro, o clube passaria a ter 22 pontos negativos, além de ter que pagar uma multa que poderá ser de R$ 1 mil a R$ 10 mil. Já em relação à CBF, que registrou o atleta no BID até novembro deste ano, Schmitt não descartou a possibilidade de uma punição.
- Se for comprovado que houve erro ou negligência por parte da CBF para beneficiar o jogador ou o clube envolvido, a possibilidade de punição não está descartada. No entanto, vale a pena lembrar que o Brasiliense, após ser eliminado pelo Santos da Copa do Brasil de 2006, acusou o clube paulista de ter contratado o mexicano Antônio De Nigris fora do prazo estipulado pela CBF para transferências internacionais. O processo acabou sendo arquivado e ninguém foi punido - finaliza.
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