Valdir Teodoro estava saindo das categorias de base do Santos em 1998. Naquele ano, o zagueiro Gamarra assombrava o mundo ao permanecer sem cometer falta até o Paraguai ser eliminado pela anfitriã França, nas oitavas-de-final da Copa. Era a inspiração.
Agora, quase 11 anos depois, é a vez de o ex-júnior entrar para o livro dos recordes. Ou quase isso. Valdir disputou integralmente todos os 15 jogos do Cianorte no Estadual. Mais de 1.350 minutos em campo. Nenhum cartão amarelo. Nem advertência costuma receber dos árbitros.
"O segredo é ter tranquilidade", diz o campeão da disciplina, antes de entregar dicas mais precisas. "Não dar o bote muito rápido, apenas cercar. Senão o atacante gira e você tem de fazer a falta."
O capitão do Leão do Vale admite que nem sabia da façanha. Quem contabilizou e divulgou os números foi o gerente de futebol Adir Kist, ex-goleiro do próprio Cianorte. "Eu vinha acompanhando. Sabia que era disciplinado, mas não imaginava que poderia ficar tanto tempo sem levar cartão", ressalta o dirigente. "É algo raro, fantástico. Muito difícil de acontecer", acrescenta ele, titular no último grande momento do time alviceleste a vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians na Copa do Brasil de 2005.
Pode parecer contraditório, mas além de Gamarra, Valdir admirava também outros dois defensores, cujas carreiras não ficaram marcadas necessariamente pelo "jogo limpo".
"Gostava de ver o Júnior Baiano e o Sandro (ex-Sport, Botafogo e Santos, entre outros)", afirma, emendando na sequência a explicação para as opções, digamos, diferentes. "Sei que eles não eram de aliviar, mas, nesses casos, procurava olhar as arrancadas."
O zagueiro de 32 anos ressalta que não será fácil terminar o Regional sem punições. Especialmente porque a tabela do Cianorte apresenta confrontos com os favoritos Coritiba e Atlético. Hora de tentar parar Renatinho, Marcos Aurélio, Marcelinho Paraíba e Júlio César, classificados pelo especialista como os principais rivais no caminho do recorde.
"Mas se eu conseguir, ganho um pouco de moral", crava, abrindo um largo sorriso de quem só pensa em voltar a defender um time grande, como há 11 anos. "Aí é moral."
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