Dias turbulentos
A derrota por 4 a 0 para o Goiás, nesta quarta-feira, desencadeou mais uma mini-revolução no Atlético. Se quando Roberto Fernandes foi demitido há menos de um mês o comando do futebol foi trocado (Alberto Maculan saiu e Edinho Nazareth assumiu), dessa vez foram os mandatários que decidiram sair de cena.
Logo depois de confirmar a demissão de Mário Sérgio, os presidentes do Conselho Gestor, João Augusto Fleury, e do Conselho Administrativo, Mário Celso Petraglia, decidiram se afastar do dia-a-dia do futebol atleticano. O diretor jurídico do clube, Marcos Malucelli, foi "promovido" a vice-presidente de futebol, cargo criado para gerenciar o time.
No início da noite, o próprio Malucelli, seguido por Geninho e aí sim pelo site oficial, confirmaram o acerto entre as partes. Alívio para a torcida, que sempre quis o treinador novamente no comando da equipe.
Até agora, em 24 jogos, o Atlético conquistou apenas 23 pontos (6 vitórias, 5 empates e 13 derrotas). Marcou 24, sofreu 34 e tem um aproveitamento de apenas 31% dos pontos conquistados.
"Não podia me furtar numa hora dessas e fugir do desafio", disse Eugênio Machado Souto, de 60 anos, o novo técnico do Atlético Paranaense. Em entrevista exclusiva, por telefone, à Gazeta do Povo Online, Geninho confirmou que aceitou o convite feito pelo clube e que chega a Curitiba para ser apresentado oficialmente nesta sexta-feira (4). Após sete anos de ter levado o time à sua maior conquista - o título do Brasileirão em 2001 - ele está de volta.
Ciente de que terá muitas dificuldades, Geninho garante que sua história no Furacão o obrigou a aceitar o convite. "Todo desafio é difícil, mas não podia fugir da raia nessa hora. A gente tem um relacionamento muito bom e uma história muito bonita no Atlético. Agora, que o time está precisando, resolvi voltar e dar minha contribuição".
Junto com Geninho, chegam ao Furacão seus auxiliares Redenio Borges e Andre Souto. A missão de substituir Mário Sérgio, demitido nesta quinta-feira, será espinhosa para o trio. "Claro que eu sei que é difícil e que as coisas não serão fáceis. É bom deixar claro que não sou eu quem vai resolver todos os problemas. Dependo muito do trabalho de todos, jogadores, comissão técnica e torcida".
Rebaixamento mancharia o passado vitorioso?
Não, garantiu Geninho. O técnico é bem direto ao afirmar que não foi ele quem levou o time para essa situação (17º colocado no Brasileirão). "Muitos me perguntam se não tenho medo de manchar meu passado por um possível, mas impensável, rebaixamento. Não tenho medo. Pego o time nessa situação, mas não fui eu quem o pôs lá. Farei de tudo para tirá-lo e com muito trabalho vamos conseguir".
Rusgas
Segundo o novo treinador do Atlético, não há nenhum conflito com presidente do clube, Mário Celso Petraglia. Desde que deixou o time, Geninho sempre foi o preferido da torcida a cada troca de treinador, mas o acerto nunca acontecia porque o relacionamento dele com Petraglia não seria dos melhores.
Mas, ele afirma que quando deixou o time após a conquista de 2001, foi apenas por questões contratuais. "O Petraglia estava reassumindo o time naquele momento e meu contrato estava terminando. Não chegamos a um acordo financeiro. Só isso. O resto é invenção. Não tenho problema nenhum com o Mário", explicou Geninho.
Por coincidência, o treinador foi anunciado como comandante do Furacão no mesmo dia em que Petraglia se afastou do dia-a-dia do futebol. "Coincidência pura. Nunca tive nada contra ele", garantiu.
Reencontro com Moraci Santanna
Geninho gostou de ter a chance de trabalhar com o preparador físico Moraci Santanna. "Eu e o Moraci fomos campeões pelo Corinthians em 2003 e espero que possamos reeditar essa parceria vitoriosa mais uma vez".
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