Estádio de la Plata recebeu a abertura e vai abrigar a estreia brasileira. É apontado pelos organizadores como o mais moderno do continente| Foto: Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo

Los Cardales - Hospedar outra vez a Copa Amé­­rica, após 24 anos, representou para a Argentina uma oportunidade de modernizar seus estádios – velhos e perigosos, ainda piores que os brasileiros. Chance que o Comitê Organizador decidiu aproveitar longe de Buenos Aires, reformulando praças esportivas por todo o país, apostando em objetivos secundários à realização do torneio de seleções mais antigo do planeta.

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Fora o populismo político, empregar a descentralização foi uma maneira de os argentinos mostrarem serviço para a Fifa, visando a Copa do Mundo de 2030, edição que eles querem receber em parceria com o Uruguai. No projeto de "democratização", foram consumidos 90 milhões de dólares para remodelar oito campos.

"Foi um trabalho de dois anos, honramos todas as concepções planejadas. Durante muito tempo, não tivemos um crescimento na oferta de estádios de primeiro nível. Estávamos muito defasados. E será um acontecimento da República Argentina", declarou José Luis Meiszner, presidente do Comitê Organizador.

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O problema é que metade dos escolhidos está ausente do circuito da Primeira Divisão nacional. Casos do Padre Martearena, de Salta; do 23 de Agosto, de San Salvador de Jujuy; Mario Kempes, de Córdoba; e Bicentenario, em San Juan. Este, erguido especialmente para a Copa América, ao custo de 22 milhões de dólares e capacidade para 25 mil pessoas.

Fruto de uma promessa do então presidente da Argentina Néstor Kirchner ao governador de San Juan, José Luis Gioja, o Bicentenario abrigará somente Uruguai e Peru, Chile e México, e uma quarta-de-final. Depois, fica sem clube. O San Martín, time local promovido à elite para a próxima temporada, atua no Hilário Sanchez, e a província não possui representante na Segunda Divisão.

Entre os estádios que seguirão utilizados na Primeira, está o Ciudad de la Plata, a estrela da competição, palco da abertura na sexta-feira e da estreia do Brasil, hoje, às 16 horas. Na cancha distante 57 quilômetros da capital foram gastos cerca de 18 milhões de dólares. Montante que, segundo os organizadores, o transformou no mais moderno do continente.

Encerrado o torneio, o Ciudad poderá voltar a mandar os jogos do Estudiantes ou do Gimnasia y Esgrima, equipes de La Plata. Há também planos de torná-lo sede dos grandes confrontos no país e destino principal de mega-shows internacionais. Em abril, a banda irlandesa U2 se apresentou nele.

A única partida da Copa Amé­­rica na capital Buenos Aires será a decisão do título, marcada, pelo menos por enquanto, para o Mo­­nu­­mental de Nuñez, dia 24 de ju­­lho. A indecisão se dá por conta da depredação promovida por parte da torcida do River Plate, após o dramático rebaixamento dos Mi­­lio­­nários, há uma semana. Inau­­gurado em 1938, a casa tradicional da seleção argentina permanece interditada para investigações do Ministério Público e reparos.

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