Gilberto Silva surge como herdeiro de Cafu

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Teresópolis, RJ – O assunto Robinho está proibido entre os jogadores da seleção brasileira. Dunga não quer mais ver ninguém com a atenção voltada para qualquer outro assunto que não seja a preparação para a Copa América. Ele tem muito trabalho a fazer e uma de suas preocupações mais imediatas é encontrar neste grupo alguém capaz de comandar o time dentro de campo. Não precisa ser um novo Dunga. Serve um capitão que tenha, pelo menos, personalidade e experiência.

A primeira aposta de Dunga é Gilberto Silva. O volante do Arsenal está longe de ter as características que Dunga procura. Mas o jogador, de 30 anos, é um dos mais rodados do grupo e tem na bagagem duas Copas do Mundo e um título mundial. Além disso, usou a braçadeira de capitão no Arsenal durante boa parte da última temporada.

Ontem, depois do treino da manhã, o primeiro com bola, em que Dunga repetiu o que Carlos Alberto Parreira fazia na Copa do Mundo, o chamado "treino alemão" — que dá ênfase à marcação e à saída dela — o técnico ficou um bom tempo conversando com Gilberto Silva. Os dois sentaram no meio do campo e trocaram idéias sobre o papel do capitão nesta seleção brasileira. O treinador deu algumas dicas de como gostaria que ele se comportasse como capitão.

"Foi uma conversa bastante proveitosa. Entre outras coisas, o Dunga me pediu para ser uma espécie de porta-voz do grupo, para ficar atento ao comportamento dos jogadores, principalmente os mais jovens. Às vezes, alguém tem um questionamento a fazer, mas fica sem graça de falar com o treinador", explicou.

Apesar do jeito tímido e da fala pausada, Gilberto Silva garante que não teve problemas para exercer a função de capitão no Arsenal. Ele foi o escolhido pelo técnico Arsène Wenger para ocupar o posto que ficou vago depois que Henry, o capitão oficial, se machucou com gravidade e não jogou mais na Liga Inglesa.

"Procuro orientar, mas sem me exaltar. Acho que você pode abater um jogador se ficar pegando pesado no pé dele. Lá no Arsenal, era capitão falando inglês. Nunca tive problema, mas é mais fácil orientar em português", garante o jogador.

A situação de Robinho continua indefinida. Ele permanece em Madri treinando para o jogo contra o Mallorca, no domingo, que pode dar o título espanhol ao Real. O brasileiro já deixou claro que quer jogar e, se tiver que escolher, optará pelo Real Madrid. A Fifa informou que está tentando mediar um acordo entre CBF e o clube espanhol.