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A veterana Daiane dos Santos está com o restante da seleção no Rio de Janeiro, se preparando para o Pré-Olímpico de Londres: se o Brasil não conquistar a vaga olímpica, a gaúcha deve se aposentar | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
A veterana Daiane dos Santos está com o restante da seleção no Rio de Janeiro, se preparando para o Pré-Olímpico de Londres: se o Brasil não conquistar a vaga olímpica, a gaúcha deve se aposentar| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

A equipe

Adrian Gomes, Daiane dos Santos, Bruna Leal, Ethiene Franco, Daniele Hypolito, Gabriela Soares, Jade Barbosa e Priscila Cobello defendem o Brasil no Pré-Olímpico de Londres, de 10 a 13 de janeiro. São oito países disputando quatro vagas.

Sem comemoração de ano-novo. A seleção feminina de ginástica artística passará o réveillon treinando para evitar um começo de 2012 desastroso. A equipe embarcou ontem para a Inglaterra, onde faz os últimos ajustes para disputar o evento-teste da Olimpíada de Londres. A competição será de 10 a 13 de janeiro, na capital inglesa. É a última chance de o Brasil estar na principal competição do mundo. Oito países concorrem às quatro últimas vagas.

O risco de levar apenas uma ginasta – direito conquistado em outubro, no Mundial do Japão, em que o melhor resultado foi o bronze da veterana Daniele Hypólito no solo (a equipe ficou em 14.º lugar, fora das 12 primeiras vagas olímpicas) – é real: as meninas tiveram pouco tempo para treinar e recuperar-se de uma série de problemas.

"Será um retrocesso. Não para mim, mas para a ginástica brasileira [não classificar]. Eu quero ir para Londres, mas já fui para três Olimpíadas. Eu estou aqui [treinando] como se quisesse um extra", diz Daiane dos Santos, 28 anos. Um revés em janeiro pode antecipar a aposentadoria da ginasta. Desde os Jogos de Atenas, em 2004, o Brasil tem presença na disputa por equipes; em Pequim (2008), chegaram à final.

Um insucesso da equipe – formada pelas veteranas Daiane e Daniele Hypólito; Jade Barbosa (a mais cotada para herdar a vaga já assegurada), Adrian Gomes, Bruna Leal, a paranaense Ethiene Franco, Gabriela Soares e Priscila Cobello – marcaria também um ciclo olímpico fracassado da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). O Brasil não terá representantes na ginástica rítmica, nem no conjunto e nem no individual.

"Ficamos sabendo que poderíamos participar do Mundial [evento de classificação olímpica] apenas um mês antes [pela desistência de outra seleção]. Tínhamos pouco tempo para nos preparar. Mas nada é por acaso. Temos de nos estruturar, preparar o conjunto para 2016. Esses quatro anos passam muito rápido", avalia a técnica do conjunto da GR, a londrinense Camila Ferezin.

Ela lamenta que apenas um evento defina as competidoras em Londres. "As três medalhas de ouro que conseguimos no Pan de Guadalajara não valeram de nada. Duas vagas é muito pouco para o continente americano em uma Olimpíada", completa.

As meninas da ginástia artística vão a Londres depois de uma temporada 2011 bastante conturbada. A frustração da falta de resultados no Mundial foi emendada ao Pan-Americano, duas semanas depois. No México, não disputaram nem sequer a final por equipes. No individual, coube a Daniele, mais uma vez, as únicas medalhas: dois bronzes, no solo e na trave. Sobraram discussões e acusações públicas de falta de união do grupo.

De 1.º a 23 de dezembro, as gi­­­nastas treinaram juntas no Rio. As que moram na cidade não gostaram de ter de deixar suas casas para ficar no mesmo hotel do restante da equipe. As que treinam em Cu­­­­ritiba, no Centro de Exce­­lên­­cia de Ginástica do Paraná (Cegin), ameaçaram não ir – preferiam se­­guir com o preparo do técnico u­­­­­cra­­niano Oleg Stapenko e sua mulher, a coreógrafa Nadiia Sta­­pen­­ko.

A coordenadora técnica da seleção, Georgete Vidor, declarou no início de dezembro que o período de tolerância às pequenas brigas havia acabado, em favor do resultado. Na última sexta-feira, destacou que as meninas renderam o esperado. "Estão mais magras, mais fortes."

Apesar de o Brasil ter "50% de chances de classificar e 50% de ficar fora dos Jogos", como resume Daiane dos Santos, a disputa tende a ser mais tensa justamente por ser a oportunidade derradeira. "Vai ser difícil. Porque, no Mundial, o Brasil não errou. Fez o melhor. Menos de três meses depois, a chance de competir e aumentar a nota das mesmas séries é muito pequena", fala a diretora técnica da Federação Paranaense de Ginástica, Eliane Martins.

O masculino, que embarca dia 7 de janeiro, tenta sua primeira classificação em equipe em situação mais tranquila: já tem dois ginastas garantidos em Londres. Além de Diego Hypólito, no solo, Arthur Zanetti conquistou o direito de competir nas argolas.

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