A semana promete ser quente no Coritiba. Um dia após o jogo decisivo de domingo contra o Internacional, que pode rebaixar o clube para a Série B, ocorre a disputa entre as chapas de Giovani Gionédis (situação) e Tico Fontoura (oposição) pela presidência. Com a campanha eleitoral aberta, a troca de farpas já começou.
Gionédis, o atual presidente, reclamou muito do momento escolhido pelos adversários políticos para entrar em ação (às vésperas da importante partida do último domingo contra o São Caetano, que poderia determinar o rebaixamento do time). "Eles lançaram a candidatura em uma péssima hora. São oportunistas. Lembram aquelas pessoas que vão a um velório para fofocar", disparou, antes de fazer uma séria acusação. "Teve gente torcendo para o Coritiba cair nesse jogo."
Ao citar a palavra velório, o dirigente provocou a dúvida de se ele próprio achava que o clube havia "morrido", ou seja, não teria mais chances de se manter na Série A após o empate no ABC Paulista. "É claro que não... Nós continuamos acreditando. Eles é que fizeram um velório antecipado", explicou, antes de partir para os ataques direcionados.
"Tico recusou convite"
Primeiro, falando sobre o líder da chapa de oposição. "Ele (Tico Fontoura) foi convidado pelo menos umas cinco vezes para contribuir e não aceitou. Agora diz que nunca foi procurado", argumentou.
Para todos os que já passaram pelo clube e ensaiam um retorno apoiando Fontoura, o recado foi claro: "Foram quatro anos infernais tentando arrumar o que muitas das pessoas do outro lado fizeram de errado e agora, que teríamos um pouquinho mais de cacife financeiro para investir no futebol, eles querem voltar. Daí fica fácil."
"Não aceito traição"
Sobrou também para o atual presidente da Paraná Esporte (autarquia do governo estadual), Ricardo Gomyde, que compôs a diretoria de Gionédis no primeiro mandato (20022003), e agora é adversário. "O que eu não aceito é traição. O vice-presidente da oposição, por exemplo, viajou o estado inteiro com a gente. Não por conta do Coritiba, mas da Paraná Esporte", insinuou o cartola, adiantando qual sua posição no caso de vitória dos adversários. "Até acho que são coisas incompatíveis, ele ocupar um cargo no governo e outro no clube."
Gionédis voltou a falar em uma "dívida de moral", que o obrigaria a permanecer como presidente no caso de rebaixamento. Para encerrar, fez uma promessa tentando talvez acalmar os críticos quanto ao pouco investimento no time. "Vamos mexer forte no futebol. Só não podemos anunciar como ainda porque passamos por um momento decisivo do Brasileiro", completou.
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