A suposta participação do Coritiba em um esquema para livrar o Atlético-MG do rebaixamento à Série B, no ano passado, fez o presidente Giovani Gionédis, ir ao CT da Graciosa, ontem pela manhã. O dirigente conversou com elenco antes do treino e pediu ao departamento jurídico para processar o empresário Renato Tibúrcio, que seria o responsável por repassar aos jogadores os R$ 4 mil enviados pelo Galo para vencer as partidas contra equipes ameaçadas pelo rebaixamento. A expectativa, porém, é que o suposto incentivo financeiro dado a atletas do Coxa, Cruzeiro, Corinthians e Ponte Preta esquente a próxima semana com conseqüências sérias.
"O Ministério Público precisa mover ação contra o Tibúrcio por violação do Estatuto do Torcedor, que prega a transparência nas competições. Por fraude, mesmo. Se não fizer isso, será uma omissão grave", afirmou Marcílio Krieger, advogado da Comissão de Direito Esportivo da Ordem dos Advogados do Brasil. "Não cabe ação da Justiça Desportiva agora. Só depois de uma investigação com o apoio da Polícia Federal", falou.
Essa postura difere da assumida pelo advogado de Tibúrcio, Fábio Cruz. Para ele, a única forma de seu cliente ter de responder pelas afirmações é com o Atlético-MG entrando com medida judicial. Ainda segundo o jurista mineiro, Tibúrcio não teria como ser punido por não ser agente Fifa.
Cruz amenizou também a possibilidade de o empresário ser processado por um dos clubes citados. "Não há legitimidade", alegou. "E talvez não gostem de saber as provas que o Tibúrcio tem", concluiu. O pivô do escândalo foi orientado a só apresentar suas provas em juízo.
Na opinião de Krieger, os times rebaixados podem entrar com ação na Justiça Comum pedindo indenização. Outros, como o Coxa, também teriam direito a exigir reparação por perdas e danos. Aproveitar a polêmica para orquestrar uma virada de mesa no Nacional, entretanto, estaria fora de cogitação.
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