Giovani Gionédis abriu mão do confortável e climatizado camarote da diretoria coxa-branca para se isolar no vestiário alviverde. Ele preferiu assistir pela televisão ao trágico desfecho do drama alviverde para permanecer entre os grandes do futebol brasileiro. Se poupou de ouvir protestos isolados ao som de "Fora Gionédis". Quando reapareceu, estava mais sério do que o habitual, mas ainda assim sem aparentar muito abatimento.
A explicação: "Hoje (ontem) morreu uma pessoa da família. Mas amanhã (hoje) a vida continua e precisamos trabalhar." As eleições de hoje no Coritiba se encarregaram de abreviar velório alviverde para o dirigente.
Gionédis reconheceu falhas e expôs a sua dor por ficar marcado para sempre como o presidente do rebaixamento em campo. Entretanto, sua primeira entrevista pós-degola teve mais cara de palanque do que de mea culpa.
Movido pelo pleito desta noite, o dirigente abriu a entrevista já ao lado dos virtuais responsáveis pelo futebol alviverde em 2006, caso a chapa União Coxa-Branca vença nas urnas. A oposição, liderada por Tico Fontoura, é representada pela chapa Campeão de Novo. As eleições acontecem num hotel no centro da cidade a partir das 18h30 o resultado deve sair até 20h30.
Pouco antes de apresentar os eventuais futuros contratados Divonsir Frega, para supervisão de futebol, e Almir Zanchi para a coordenação (este ganhou um adesivo da chapa durante a entrevista para não destoar dos candidatos à mesa), Gionédis definiu o rebaixamento como uma fatalidade.
"Estamos muito tristes. Ninguém esperava. Faltaram três pontinhos", lamentou o dirigente, para logo voltar às urnas. "Mas já sabemos onde erramos, isso é uma virtude e vamos tentar trazer o clube de volta à elite já no próximo ano. É assim com time grande, a exemplo do Palmeiras, Botafogo e Grêmio", afirmou, bem ao tom de promessa eleitoral.
Para Gionédis, o caminho à Segundona foi aberto em 10 de julho. "Ali começou a nossa decadência, ao perder para o time júnior do Atlético. Eles ainda não tinham vencido e poderíamos tê-los afundado de vez e ainda crescido. Esse foi meu erro: não ter demitido o Cuca naquele momento", disse, se referindo a uma responsabilidade já assumida anteriormente.
A demora para reformular o departamento de futebol também foi citada. Só quando o time já beirava a zona de rebaixamento veio a limpa ontem foi anunciada a saída de Oscar Yamato.
Já a carência técnica do time que ficou conhecido pelo excesso de pangarés não foi comentada pelo dirigente.
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