| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Ouça este conteúdo

Em carta enviada há uma semana aos clubes do Brasileirão, a Rede Globo propôs reduzir pagamentos das cotas de direito de transmissão do campeonato durante três meses. O motivo alegado é a pandemia do novo coronavírus. A informação foi publicada pelo jornalista Marcel Rizzo, no UOL.

A redução – que faz parte dos 40% fixos do contrato pagos ao longo do ano – começaria a valer já na parcela referente a abril, a ser paga até o fim do mês. O corte também seria aplicado em maio e junho. A emissora pediu uma resposta até esta terça-feira (28). Atualmente, apenas Coritiba e Red Bull Bragantino não têm qualquer contrato (TV aberta, TV fechada e/ou pay-per-view) com Globo.

CARREGANDO :)
CARREGANDO :)

Segundo o UOL, a sugestão é para que os clubes aceitem parcelas de R$ 396 mil durante esses três meses. Depois, o valor saltaria para R$ 1,1 milhão. O site cita que as cotas mensais já pagas superavam a casa de R$ 2 milhões e, assim, haveria perda de aproximadamente 40% para os clubes.

No entanto, de acordo com a emissora, levando em consideração o cenário atual, os valores seriam compensados integralmente na parte final do acordo, entre julho e dezembro.

Os clubes que assinaram TV aberta e fechada com a Globo receberam normalmente as parcelas de janeiro, fevereiro e março. Neste caso, a quantia total é de R$ 22 milhões por equipe.

Para os times que não têm vínculo com o SporTV, por outro lado, o valor é de R$ 12 milhões cada. Quem está nesse grupo (Athletico, Bahia, Ceará, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos) não recebeu nada da emissora em 2020.

Publicidade

"Foi apresentada de fato uma proposta para reprogramar pagamentos diante das circunstâncias atuais, que envolvem paralisação do calendário nacional e consequentes desafios impostos por isso. Os clubes estão debatendo e avaliando, o que é natural", escreveu o diretor de direitos e relacionamento do futebol da Globo, Fernando Manuel Pinto, em mensagem enviada à reportagem da Gazeta do Povo.

A recepção entre os clubes não foi boa. Vários dirigentes veem "oportunismo" da emissora em meio à crise, especialmente porque as cotas de patrocínios para a temporada já teriam sido negociadas.

Se os clubes não aceitarem a redução, a Globo pode tentar aplicá-la caso consiga uma decisão judicial favorável, alegando impacto causado pela pandemia. Neste ano, a emissora suspendeu cotas de televisão de vários Estaduais por causa da paralisação do futebol.