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Se o Paraná ainda respira no Brasileiro é por causa da reação protagonizada pelos "jogadores que se importam com o clube", nas palavras do técnico Saulo de Freitas. Entre todos, um se sobressai e ainda serve de exemplo para o elenco: o volante Goiano. Há 11 anos no Tricolor, ele terá motivos para lamentar um possível rebaixamento como atleta e fiel torcedor paranista.

Nada melhor do que as palavras do companheiro Neguete para dimensionar a moral do jogador. "Quando pensamos em alguém que se doa para o clube, vamos falar o nome de quem? Goiano. Ele veste a camisa mesmo. É um exemplo para nós. Mesmo machucado, não deixou de nos ajudar", discursou o zagueiro.

Neguete se referiu à metade final do primeiro turno – entre as passagens dos técnicos Pintado e Gílson Kleina –, na qual Goiano atuou no sacrifício por causa de uma tendinite no joelho direito. Mas foi depois de um período de recuperação que o volante voltou a ser titular, por obra de Saulo, e se tornou um dos símbolos do novo ânimo tricolor.

Enquanto estava machucado, e mesmo depois de liberado pelo departamento médico, quando aguardava uma nova chance na equipe, ele era presença certa nas sociais da Vila Capanema durante os jogos. "Tinha de sofrer ali fora mesmo", contou o atual dono da camisa 5, que reviveu a época em que estava nas categorias de base e freqüentava a arquibancada para acompanhar o time profissional.

Aliás, 1996, quando desembarcou em Curitiba, "na época com 15 para 16 anos, e pesando só uns 56 kg", foi o primeiro ano dos quatro no qual o Tricolor lutou contra o rebaixamento e se livrou. "Mas o que marcou mesmo foi a última rodada de 98", lembrou o jogador, hoje com 27 anos e 74 kg.

Ele se refere ao campeonato no qual o time escapou milagrosamente quando um gol do palmeirense Oséas no último minuto rebaixou o América-MG, enquanto o Tricolor batia o Flamengo, na Vila Olímpica. Já em 2002 e 2004, outras temporadas nas quais a torcida paranista suou frio, Goiano já estava integrado ao elenco principal e pôde ajudar em campo.

"Tudo porque antes de vir para o Paraná fui reprovado numa peneirada no Araçatuba. Hoje tenho de agradecer a eles por não terem me aceito lá", brincou o volante, natural de Bom Jardim (GO), que na época em que morava no interior do Mato Grosso veio parar meio por acaso em Curitiba. "Estava jogando uma pelada em Salto da Alegria quando o Paulo Édson, que era conselheiro do Paraná, me viu e perguntou se queria fazer um teste aqui."

Onze anos depois, a identificação que construiu com o clube é uma das esperanças da torcida na fuga da degola. "É a minha casa. Tudo o que eu tenho agradeço primeiro a Deus e depois ao Paraná."

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