Num jogo que para o Cruzeiro valia disputa do título brasileiro, e, para o Goiás, a briga por uma vaga na Sul-Americana, .parecia que as camisas estavam trocadas. Com um futebol apático, displicente, a Raposa sucumbiu diante do Esmeraldino, que marcou três gols nos primeiros 16 minutos de jogo e liquidou a partida - depois, restou apenas passar o tempo e administrar o resultado. Com a vitória por 3 a 0, gols de Paulo Baier (2) e Henrique, a equipe goiana passou para 48 pontos ganhos, pulando virtualmente para o oitavo lugar do Campeonato Brasileiro - dependendo do resultado de São Paulo x Inter.

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A derrota não afasta o Cruzeiro da luta pelo título, mas o clube, com 58 pontos ganhos, cai para a quarta posição com a vitória do Palmeiras sobre o Santos por 2 a 1 na Vila Belmiro - o Verdão pulou para 61 pontos. Na próxima rodada, no domingo, o Goiás vai à Ilha do Retiro encarar o Sport. O Cruzeiro recebe o Fluminense no Mineirão.

3 a 0 em 16 minutos

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Não demorou muito para ter emoção na partida. Na primeira jogada de ataque do Esmeraldino, gol. Em jogada pela direita do lateral Vítor - uma constante do time neste Brasileiro -, a bola foi centrada para Paulo Baier, que se complicou. Sobrou para Júlio César, da entrada da área, bater firme. O goleiro Fábio rebateu no pé de Paulo Baier, que colocou com calma, aos dois minutos de jogo.

O gol atordoou o Cruzeiro, lento e errando muitos passes. Num deles, na saída de bola, Espinoza bobeou feio. Fábio Bahia aproveitou e tocou para Paulo Baier livre, pela direita. O camisa 10 não desperdiçou e bateu com categoria, sem defesa, aos oito minutos: 2 a 0. Logo depois do segundo gol, uma briga na geral entre facções das duas torcidas tomou conta do Serra Dourada e teve que ser contida pela PM.

No campo, estava fácil para o Esmeraldino jogar pelo lado esquerdo do Cruzeiro. Era por ali que saíam as jogadas do Goiás. Vítor, Fábio Bahia, Iarley e Paulo Baier caíam naquele setor. Carlinhos não dava conta - como fez falta Jadílson -, Fernandinho e Espinoza falhavam na marcação. Resumo: mais uma jogada deu em escanteio, que Júlio César cobrou pela direita. Henrique subiu mais que a zaga da Raposa e cabeceou para as redes: 3 a 0 para o Esmeraldino, com 16 minutos de jogo.

Raposa sonolenta

Irreconhecível em campo, o Cruzeiro só tinha levado perigo ao gol do Goiás numa cabeçada de Thiago Heleno para fora. Wagner, Guilherme, Thiago Ribeiro, Marquinhos Paraná pareciam não estar em campo. O Goiás, com 3 a 0 em 16 minutos, se aproveitava dos buracos deixados pela defesa. Estava mais perto do quarto gol do que a Raposa do primeiro. Fábio Bahia, aos 23, por pouco não ampliou para 4, não fosse a boa intervenção de Fábio.

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Era incrível a displicência do Cruzeiro, que andava em campo. Parecia que estava ganhando a partida. O Goiás, mesmo tirando o pé do acelerador, procurava aproveitar os espaços. Mas o jogo, a partir dos 30 minutos, ficou arrastado até o fim do primeiro tempo. Afinal, com 3 a 0 no marcador, ao Esmeraldino só restou passar o tempo tocando a bola para segurar o bom resultado.

Do lado da Raposa, os jogadores pareciam ainda atônitos com o péssimo primeiro tempo.

"O time não pode ter um início de jogo como esse. Agora temos que dar o sangue", resumiu o atacante Guilherme.

Mudanças

Para o segundo tempo, Adílson Batista trocou defesa e ataque. Tirou o vulnerável Espinoza e lançou Léo Fortunato e pôs Camilo no lugar de Guilherme, artilheiro da equipe no campeonato, com 17 gols. Com a mudança, Wagner foi para o ataque e Camilo ficou na armação das jogadas. Logo com cinco minutos, Carlinhos arriscou de fora da área para Harlei fazer sua primeira grande defesa.

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A Raposa melhorou. Wagner se mexia melhor, e Camilo encostava no ataque. Aos 12, ele fez boa jogada individual e quase marcou - Harlei tirou com o pé.

O Goiás buscava os contra-ataques. Aos 19, Júlio César lançou Thiago Feltri, que tocou na medida para Iarley. O atacante marcou o quarto gol, que, no entanto, foi anulado erradamente pelo árbitro Paulo César Oliveira. Dois minutos depois, Thiago Feltri desperdiçou, por preciosismo, outra chance de ampliar. Aos 23, Paulo Baier isolou nova chance.

O segundo tempo estava mais parelho. O Cruzeiro coordenava melhor as jogadas de ataque. O meio-campo dava melhor seqüência às jogadas. Aos 30, Camilo, já o melhor da equipe, deixou Wagner em condições de marcar, mas a zaga desviou. Aos 38, o lance mais bonito da Raposa: Jonathan bateu com efeito, Harlei voou de mão trocada para espalmar. Mas o desânimo já tomava conta do time. Era impossível evitar a derrota.