Opinião da gazeta
Sina recorrente
Triste a sina dos clubes do Paraná, obrigados a abrir mão de suas melhores revelações de forma extemporânea, na maioria das vezes sem obter o devido retorno no que foi investido na formação do atleta. A situação é recorrente e nem bem um novo ano se inicia mais uma vez ela se repete, envolvendo jovens craques paranaenses.
É o caso de Kelvin, do Paraná, que nem sequer se reapresentou na volta aos trabalhos (leia mais na página 2), e de Manoel e Neto, do Atlético. Assediado por vários clubes brasileiros, o zagueiro atleticano, muito embora com contrato em vigência, pressiona por um considerável reajuste ou pela sua saída, enquanto que o goleiro foi negociado ontem com a Fiorentina. Pelo futuro no futebol, até mesmo como goleiro da seleção olímpica, é questionável afirmar se foi compensador o valor de 3,5 milhões de euros pela liberação de Neto, de apenas 21 anos.
Alguns fatores contribuem para que isso ocorra, em especial a falta de estrutura dos clubes, muitas vezes geridos de forma amadorística. A legislação vigente leia-se Lei Pelé que, se trouxe pontos positivos na relação do jogador com o time que o mantém sob contrato, também acarretou algumas distorções. Na maioria das vezes, o clube que lançou o jovem é o menos favorecido, cabendo a parte do leão para a legião de empresários que infesta o futebol brasileiro.
Atleticanas
Bom começo
O Atlético estreou ontem na Copinha com uma vitória por 2 a 0 sobre o Juventus, gols do zagueiro Vitão e do volante Guilherme Batata. Na próxima rodada, no domingo, às 9 horas, o Furacão enfrenta o GAS, de Roraima, que tomou 8 a 0 do Red Bull Brasil na estreia.
João Marcos
A diretoria atleticana desistiu de contratar o volante do Ceará porque as negociações envolvendo Chico evoluíram. Por outro lado, o clube confirmou a renovação do empréstimo do lateral Wagner Diniz junto ao São Paulo e contou que espera a vinda do atacante Mazola, já que ele não deve ser envolvido em uma tranferência internacional pelo Tricolor do Morumbi.
O Atlético confirmou ontem a ida do goleiro Neto para a Fiorentina. O jogador inclusive já foi para a Itália realizar os exames médicos. A negociação envolve 3,5 milhões de euros (R$ 7,7 mihões) por 75% dos direitos econômicos do atleta, e o pagamento será feito em três parcelas durante este ano.
A venda de Neto para o exterior é a terceira maior da história no Brasil envolvendo um goleiro, perdendo apenas para a saída de Diego Cavallieri do Palmeiras para o Liverpool (R$ 7,8 milhões) e a ida de Renan do Internacional para o Valencia (R$ 8,8 milhões).
Mesmo os arqueiros que defenderam a seleção nas duas últimas Copas saíram do país por menos. No caso de Dida, o Milan pagou cerca de R$ 5 milhões ao Cruzeiro. Já o Flamengo não recebeu nada por Júlio César, que saiu para a Internazionale de Milão após o fim do seu contrato.
De acordo com o gerente de futebol rubro-negro, Ocimar Bolicenho, o camisa 1 em nenhum momento abriu a possibilidade de ficar no clube se tivesse um aumento salarial. "Ele está desde o dia 6 de dezembro marcando o presidente homem a homem", contou, dizendo se tratar de um belo negócio para um goleiro. "É um menino de 21 anos, tem toda uma possibilidade de fazer mais receita lá na frente", complementou, lembrando dos 25% dos direitos que seguem com o clube. Com a saída de Neto, o Atlético pretende dar chance a João Carlos, também formado no CT do Caju.
Outro prata da casa que está perto de ir para a Itália é o zagueiro Rhodolfo. A diretoria atleticana fez uma contraproposta ao Genoa, segundo a qual ficaria com 50% do jogador, e espera agora uma resposta dos europeus. Por outro lado, o volante Chico e o zagueiro Manoel devem permanecer. No caso do primeiro, as ofertas não agradaram, informou o vice-presidente de finanças, Enio Fornea. "Estamos aguardando uma proposta que chegue nos patamares mínimos exigidos pelo clube", avisou.
Fornea, inclusive, esteve presente na reunião de cerca de duas horas ontem com o zagueiro Manoel. Motivado por propostas salarias altas de Flamengo e Corinthians, o atleta havia ameaçado não se reapresentar hoje com todo o grupo. Porém o dirigente relatou que houve um entendimento, mesmo sem aumento salarial. "O menino realmente sofre influências de propostas, mas entendeu que não é o momento de deixar o Atlético agora. Um ano atrás estava no time júnior", lembrou o dirigente.
Clube conta prejuízo da Timemania
Após terminar a Timemania de 2010 na 21.ª posição no ranking de apostas nacionais, o Atlético agora contabiliza o prejuízo por estar na segunda divisão da loteria neste ano. Como os 20 primeiros dividirão 65% de tudo que é arrecadado, o Rubro-Negro terá de se contentar em repartir 25% com os outros 19 clubes que ficaram abaixo dele. Os 10% restantes ficam rateados entre os 20 piores colocados. Os recursos da loteria são utilizados para abater dívidas tributárias.
De acordo com o vice-presidente de finanças atleticano, Enio Fornea, o rebaixamento atrasará a quitação do débito do clube, que hoje está em cerca de R$ 3,5 milhões. "Se nós continuássemos dentro dos 20 primeiros, em três anos a dívida seria quitada. Agora deve demorar seis, sete meses a mais", acredita, desde que o Rubro-Negro volte a ficar entre os melhores em 2012. "O Atlético é o segundo clube que menos deve tributos no Brasil", garante.
Diante da nova realidade, o dirigente reclamou da participação da torcida na compra dos bilhetes, que custam R$ 2 a unidade. "Grande parte dos recursos da Timemania foi o próprio Atlético que bancou, não foram os sócios. Deveria haver uma colaboração muito maior do torcedor", reivindicou Fornea, argumentando que a antecipação do último concurso do ano, que deveria ser em janeiro e ocorreu no final de dezembro, acabou pegando o clube de surpresa. No penúltimo concurso o Furacão foi o primeiro em apostas no país.
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