• Carregando...
Neto já viajou para realizar os exames médicos na Itália. Atlético ainda pretende lucrar com uma futura negociação envolvendo o goleiro de 21 anos | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Neto já viajou para realizar os exames médicos na Itália. Atlético ainda pretende lucrar com uma futura negociação envolvendo o goleiro de 21 anos| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Opinião da gazeta

Sina recorrente

Triste a sina dos clubes do Pa­­­­ra­­ná, obrigados a abrir mão de suas melhores revelações de forma extemporânea, na maioria das vezes sem obter o devido retorno no que foi in­­­­vestido na formação do atleta. A situação é recorrente e nem bem um novo ano se inicia mais uma vez ela se repete, envolvendo jovens craques paranaenses.

É o caso de Kel­­vin, do Pa­ra­­­­ná, que nem sequer se rea­­presentou na volta aos trabalhos (leia mais na página 2), e de Ma­­noel e Ne­­to, do Atlético. Assediado por vá­­rios clubes brasileiros, o zagueiro atleticano, muito em­­bora com contrato em vi­­gência, pressiona por um considerável reajuste ou pela sua saída, enquanto que o goleiro foi negociado ontem com a Fiorentina. Pelo futuro no futebol, até mesmo como goleiro da se­­leção olímpica, é questionável afirmar se foi compensador o valor de 3,5 milhões de euros pela liberação de Neto, de apenas 21 anos.

Alguns fatores contribuem para que isso ocorra, em especial a falta de es­­trutura dos clubes, muitas ve­­zes geridos de forma ama­­dorística. A legislação vigente – leia-se Lei Pelé – que, se trouxe pontos positivos na relação do jogador com o time que o mantém sob contrato, também acarretou algumas distorções. Na maioria das vezes, o clube que lançou o jovem é o me­­nos favorecido, cabendo a parte do leão para a legião de empresários que infesta o futebol brasileiro.

Atleticanas

Bom começo

O Atlético estreou ontem na Copinha com uma vitória por 2 a 0 sobre o Juventus, gols do zagueiro Vitão e do volante Guilherme Batata. Na pró­­xima rodada, no domingo, às 9 horas, o Furacão enfrenta o GAS, de Ro­­raima, que tomou 8 a 0 do Red Bull Brasil na estreia.

João Marcos

A diretoria atleticana desistiu de contratar o volante do Ceará porque as negociações envolvendo Chico evoluíram. Por outro lado, o clube confirmou a renovação do emprés­­timo do lateral Wagner Diniz junto ao São Paulo e contou que espera a vinda do atacante Mazola, já que ele não deve ser envolvido em uma tranferência internacional pelo Tricolor do Morumbi.

O Atlético confirmou ontem a ida do goleiro Neto para a Fio­­rentina. O jogador inclusive já foi para a Itália realizar os exames médicos. A negociação envolve 3,5 milhões de euros (R$ 7,7 mihões) por 75% dos di­­reitos econômicos do atleta, e o pagamento será feito em três parcelas durante este ano.

A venda de Neto para o exterior é a terceira maior da história no Brasil envolvendo um goleiro, perdendo apenas para a saída de Diego Cavallieri do Palmeiras para o Liverpool (R$ 7,8 milhões) e a ida de Renan do Internacional para o Va­­lencia (R$ 8,8 milhões).

Mesmo os arqueiros que de­­fenderam a seleção nas duas úl­­timas Copas saíram do país por menos. No caso de Dida, o Milan pagou cerca de R$ 5 mi­­lhões ao Cruzeiro. Já o Fla­­men­­go não recebeu nada por Júlio César, que saiu para a Inter­­na­­zionale de Milão após o fim do seu contrato.

De acordo com o gerente de futebol rubro-negro, Ocimar Bolicenho, o camisa 1 em ne­­nhum momento abriu a possibilidade de ficar no clube se tivesse um aumento salarial. "Ele está desde o dia 6 de de­­zembro marcando o presidente homem a homem", contou, dizendo se tratar de um belo ne­­gócio para um goleiro. "É um menino de 21 anos, tem toda uma possibilidade de fazer mais receita lá na frente", complementou, lembrando dos 25% dos direitos que se­­guem com o clube. Com a saída de Neto, o Atlético pretende dar chance a João Carlos, também formado no CT do Caju.

Outro prata da casa que está perto de ir para a Itália é o za­­gueiro Rhodolfo. A diretoria atle­­ticana fez uma contraproposta ao Genoa, segundo a qual ficaria com 50% do jogador, e espera agora uma resposta dos europeus. Por outro lado, o vo­­lante Chico e o zagueiro Ma­­noel devem permanecer. No caso do primeiro, as ofertas não agradaram, informou o vice-presidente de finanças, Enio Fornea. "Estamos aguardando uma proposta que chegue nos patamares mínimos exigidos pelo clube", avisou.

Fornea, inclusive, esteve pre­­sente na reunião de cerca de duas horas ontem com o za­­gueiro Manoel. Motivado por propostas salarias altas de Flamengo e Corinthians, o atleta havia ameaçado não se reapresentar hoje com todo o grupo. Porém o dirigente relatou que houve um entendimento, mesmo sem aumento salarial. "O menino realmente sofre influências de propostas, mas entendeu que não é o momento de deixar o Atlético agora. Um ano atrás estava no time júnior", lembrou o dirigente.

Clube conta prejuízo da Timemania

Após terminar a Timemania de 2010 na 21.ª posição no ranking de apostas nacionais, o Atlético agora contabiliza o prejuízo por estar na segunda divisão da loteria neste ano. Como os 20 primeiros dividirão 65% de tudo que é arrecadado, o Rubro-Negro terá de se contentar em repartir 25% com os outros 19 clubes que ficaram abaixo dele. Os 10% restantes ficam rateados entre os 20 piores colocados. Os recursos da loteria são utilizados para abater dívidas tributárias.

De acordo com o vice-presidente de finanças atleticano, Enio Fornea, o rebaixamento atrasará a quitação do débito do clube, que hoje está em cerca de R$ 3,5 milhões. "Se nós continuássemos dentro dos 20 primeiros, em três anos a dívida seria quitada. Agora deve demorar seis, sete meses a mais", acredita, desde que o Rubro-Negro volte a ficar entre os melhores em 2012. "O Atlético é o segundo clube que menos deve tributos no Brasil", garante.

Diante da nova realidade, o dirigente reclamou da participação da torcida na compra dos bilhetes, que custam R$ 2 a unidade. "Grande parte dos recursos da Timemania foi o próprio Atlético que bancou, não foram os sócios. Deveria haver uma colaboração muito maior do torcedor", reivindicou Fornea, argumentando que a antecipação do último concurso do ano, que deveria ser em janeiro e ocorreu no final de dezembro, acabou pegando o clube de surpresa. No penúltimo concurso o Fu­­racão foi o primeiro em apostas no país.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]