Saindo do banco de reservas, ala Falcão empolga a torcida mesmo sem firulas
Por opção do técnico Paulo César de Oliveira, Falcão começou o jogo contra o Japão no banco de reservas. "Ele está sofrendo um pouco mais fisicamente porque vem em final de temporada", explicou o treinador da seleção brasileira, após a vitória por 12 a 1, ontem, em Brasília.
A reserva serviu para aumentar ainda mais a expectativa da torcida. Quando Falcão tirou o colete para, finalmente, entrar em quadra, o público foi ao delírio. "Em qualquer lugar do Brasil que eu tenho ido, tem sido assim", contou o jogador, eleito o melhor do mundo no futsal. "É um prazer especial."
Quando ele entrou em quadra, ainda nos minutos iniciais, a partida já estava 2 a 0 para o Brasil. Fez o simples, sem firulas. "A habilidade tem que ser usada em momentos complicados", afirmou o ala de 31 anos. "A maturidade me deu isso. Antes, quando eu era moleque, achava que quando estava com oito na frente era momento de fazer. Hoje já vejo isso como uma falta de respeito, de certa forma."
Mas Falcão nem precisou fazer malabarismos. Bastava dominar a bola para os gritos ecoarem pelo ginásio. Aos 11 minutos, ele marcou pela primeira vez, de pênalti.
"Quando faço o gol procuro olhar para a arquibancada pra ver aquela reação", admitiu. "Isto vai fazer muita falta quando acabar um dia." Falcão ainda marcou mais um gol, aos 12 minutos do segundo tempo, quando o Brasil já vencia por 9 a 1. "Não pode achar que jogo bonito é só o drible", concluiu.
Agência Estado
Com uma atuação consistente e convincente, o Brasil teve uma excelente estréia no Mundial de Futsal. Ontem, diante de um público de quase sete mil pessoas no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, a seleção brasileira goleou o Japão por 12 a 1 e mostrou disposição para recuperar a hegemonia no esporte dona de cinco títulos mundiais, fracassou nas duas últimas edições do campeonato, quando a Espanha foi a campeã.
O jogo do Brasil marcou a abertura do Mundial. Por isso mesmo, o ginásio recebeu diversas autoridades, com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Mas todos eles perderam os minutos iniciais do confronto brasileiro com o Japão, por causa da demora na entrevista coletiva.
Assim, não viram que o astro Falcão, eleito o melhor jogador de futsal do mundo, começou no banco de reservas da seleção. Mas ele logo entrou em quadra, ajudando a vitória brasileira com dois gols. Outros três jogadores do Brasil fizeram dois gols cada (Lenísio, Schumacher e Ari), enquanto Marquinho, Wilde, Betão e Ciço também marcaram Osodo descontou para o Japão.
"O jogo foi atípico. Nossa equipe foi letal, aproveitou bem as chances que teve", admitiu o técnico da seleção brasileira, Paulo César de Oliveira, conhecido como PC. Para ser mais exato, o Brasil aproveitou quase 25% das 49 oportunidades que teve ou seja, um em cada quatro chutes virou gol. Mas, cauteloso, o treinador tratou de conter a euforia: "As coisas não vão estar bem deste jeito sempre."
O Japão até que segurou o jogo no primeiro tempo, quando perdeu por 3 a 1. Mas, na segunda etapa, saíram mais nove gols, definindo a goleada. Apesar disso, a seleção japonesa, do técnico brasileiro Sérgio Sapo, alertou PC para um falha do time do Brasil: a falta de cobertura nos contra-ataques.
"Contra uma equipe de nível mais alto, nossa defesa poderia ter comprometido", avaliou. Algo para ser aperfeiçoado para o duelo com as Ilhas Salomão, amanhã.
A equipe da Oceania foi goleada ontem, na estréia: 10 a 2 para Cuba. O grupo ainda conta com a Rússia, que folgou na rodada de abertura . No Grupo B, no Rio, o Paraguai goleou os EUA por 5 a 0, enquanto a Itália, atual vice-campeã mundial, sofreu para derrotar a Tailândia por 1 a 0.
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