Ao fundo, Marcelo comemora o primeiro gol como profissional: chute sem chances para o goleiro Rai| Foto: RodolfoBührer/ Gazeta do Povo

Estratégia

Bola aérea de Netinho volta a ser vital para o Furacão

O Atlético usou uma velha artimanha para começar a construir a goleada por 4 a 1 sobre o Cianorte, ontem, na Arena. Bola parada com Netinho, e alguém aparece para cabecear. Foi assim no gol de Rhodolfo (12/1º) e no de Manoel (28/1º), a dupla de zagueiros do Furacão.

Gols que serviram para acalmar o time, facilitando a troca de passes e a construção de novas jogadas. Bruno Mineiro (41/1º) e Marcelo (10/2º) provaram que o Rubro-Negro tem condição de ampliar o repertório, evitando a dependência de uma única estratégia. "Fomos bem hoje (ontem). Gostei da atuação do time, mas no futebol não existe perfeição", explicou o técnico Antônio Lopes, em alusão à bobeira que permitiu ao meia Leandro, livre, chutar de longe para acertar o ângulo de Neto (42/2.º). "Melhorou. A cada dia vem melhorando. Corremos e fizemos aquilo que o Lopes pediu", avaliou o capitão Alan Bahia. "Agora temos um jogo difícil, fora de casa, contra o Paraná. Haverá pressão, por isso será um grande teste", ressaltou Manoel, falando do clássico de domingo, na Vila Capanema.

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Atlético 4 X Cianorte 1

Antes de o jogo começar na Arena, a Torcida Os Fanáticos, principal uniformizada do Atlético, puxou uma oração. Unidos, rezaram um Pai-Nosso.

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No campo, em silêncio, Rho­­dol­­fo também pedia uma ajudinha divina. Queria fazer as pazes com os rubro-negros, especialmente os que tanto o vaiaram na vitória so­­bre o Corinthians Para­­naense (2 a 0), no fim de semana. "Peço a Deus para me abençoar, não sair contundido, que do restou corro atrás", revelou. "E para que não escutasse o que vinha da arquibancada, já que o pessoal estava pe­­gando no meu pé", emendou ele.

Rhodolfo foi atendido. O za­­gueiro abriu caminho para mais uma goleada do Atlético no Esta­­dual: 4 a 1 sobre o Cianorte. E, o que é melhor, ao invés de apupos, ouviu os torcedores gritarem com força seu nome após a cabeçada certeira, logo no começo do primeiro tempo. "Estava prevendo esse gol. Ontem (terça-feira), o Paulo Baier veio conversar comigo no quarto e também disse que eu marcaria", contou o defensor, 126 jogos e 7 gols como profissional. Na comemoração, com o punho cerrado, bateu no uniforme, na altura do escudo rubro-negro, para extravasar. "A torcida cobra de quem está há mais tempo no clube, de quem chama a responsabilidade. Tirei um peso das costas. Esse gol serve para que eu fique de bem novamente com os torcedores".

A dupla de frente Bruno Mi­­neiro e Marcelo também estava em uma noite inspirada. Sabedores da forte concorrência no setor, principalmente depois da chegada do argentino Javier "Pepe" Toledo, o sétimo atacante do elenco, os dois se aproveitaram da fragilidade do Cianorte para ganhar uns pontinhos com Antônio Lopes. Bruno, com oportunismo e a ajuda de Márcio Nunes, marcou o terceiro gol da partida – Manoel havia ampliado a vantagem minutos antes. "Sobramos em campo", re­­sumiu o camisa 11, 3 gols no campeonato.

Já Marcelo abusou. Era ele o homem da velocidade no Furacão. Em alguns momentos deixou a defesa adversária desconcertada. Foi assim no lance que encerrou o terceiro triunfo da equipe no Regional. O prata da casa pedalou para cima do rival antes de acertar o ângulo de Rai.

Só não saiu mais feliz porque teve de ir antes para o vestiário. Chorando. Culpa de uma pancada no tornozelo esquerdo o tirou da partida, no meio da etapa final. Nem viu o golaço de Leandro, descontando para o Cianorte. Porém não deverá ser problema para o clássico de domingo, contra o Paraná, na Vila Capanema. "Agora chegou o Javier Toledo e daqui a pouco tem a volta do Paulo Baier. Esse ainda não é o time que queremos. Estamos em formação", afirmou Lopes, satisfeito com a vice-liderança provisória (11 pontos). "Fé em Deus", acrescentou Ma­­noel, completando a oração de antes de a bola rolar.

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Veja a ficha técnica do jogo Atlético X Cianorte

Em Curitiba

Atlético

Neto; Gerônimo, Manoel, Rhodolfo e Márcio Azevedo; Valencia, Alan Bahia, Alex Sandro (Chico) e Netinho (Tartá); Marcelo (Serna) e Bruno Mineiro.

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Técnico: Antônio Lopes.

Cianorte

Rai; Brinner, Márcio Nunes e Jean; Catatau, Vágner, Leandro, Flavinho e Claudinho (Kena); Tico Mineiro (Joiner) e Edu Gaúcho (Vinícius).

Técnico: Luiz Carlos Winck.

Estádio: Arena da Baixada. Árbitro: Anderson Carlos Gonçalves. Gols: Rhodolfo (A), aos 12/1º, Manoel (A), aos 28/1º e Bruno Mineiro (A), aos 41/1º; Marcelo (A), aos 10/2º e Leandro (C), aos 42/2º. Amarelos: Alan Bahia e Márcio Azevedo (A); Leandro, Jean e Vinícius (C). Público pagante: 11.404 (12.267 total). Renda: R$ 126.465,00.

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