A delegada da Divisão de Homicídios de Contagem (MG)Alessandra Wilke, que investiga o desaparecimento da ex-namorada do goleiro Bruno, afirmou neste sábado (27) que o jogador do Flamengo é suspeito de ter participado do episódio.
De acordo com investigadores, denúncias anônimas davam conta de que Bruno e dois amigos teriam espancado Eliza Samudio, de 25 anos, no sítio do atleta em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. Após o crime, o corpo da vítima teria sido escondido.
"Conforme a denúncia e todo o histórico de tentar esconder esse menor, (suspeita) seria que ele e mais dois amigos agrediram a Eliza, que provavelmente veio a óbito, e ocultaram o cadáver", disse a delegada.
Segundo a polícia, Eliza seria mãe de um filho de Bruno fora do casamento. Amigas dela teriam dito em depoimento que a jovem se preparava para se mudar do Rio de Janeiro para Belo Horizonte. Ela teria sido convidada por Bruno para morar lá com o filho.
O menino, de quatro meses, foi localizado durante a madrugada em uma casa em Ribeirão das Neves com desconhecidos e encaminhado a um abrigo.
Os investigadores pediram o rastreamento do celular de Eliza, que desapareceu há três semanas, ainda de acordo com depoimento das amigas à polícia. A ideia é tentar descobrir por onde ela andou depois que desapareceu.
'Caso Bruno' deixa dirigentes do Flamengo apreensivosEsposa detida e liberadaA esposa de Bruno, Dayane Souza, foi detida pela polícia de Contagem na noite desta sexta-feira e liberada após prestar depoimento. Ela possui residência fixa no estado e não tem antecedentes criminais.
O goleiro não foi encontrado para falar sobre o assunto. De acordo com o vice-presidente jurídico do Flamengo, Michel Assef Filho, o jogador está à disposição da polícia para prestar esclarecimentos. "Tudo me soou estranho porque o Bruno fez um acordo com a Eliza há poucos dias. Na investigação da paternidade, os elementos estão tramitando na Justiça do Rio de Janeiro", disse ele.
Segundo a delegada, Bruno deve ser ouvido no inquérito na próxima semana.
Histórico
Em outubro do ano passado, Eliza Samúdio prestou queixa contra o atleta por sequestro, ameaça e agressão na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com o depoimento dela, Bruno e dois amigos a obrigaram a ingerir remédios abortivos na ocasião. A mulher disse que o goleiro chegou a ameaçá-la com uma arma apontada para a cabeça, mas ele negou as acusações.
Um laudo do Instituto Médico legal sobre o resultado do exame corpo de delito feito por ela na ocasião encontrou "vestígios de agressão" na jovem. Responsável pela investigação do caso, a delegada Maria Aparecida Mallet chegou a pedir medidas protetivas que impediam o atleta de se aproximar mais do que 300 metros de Samudio e de sua família.
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