O dia 12 de novembro de 1998 não sai da cabeça do goleiro Marcelo Valença. O hoje camisa 1 do Trieste era então jogador do Paraná clube em crise e à beira do rebaixamento. Naquela data, ele foi um dos heróis da milagrosa permanência do Tricolor na Série A.
Aos 34 anos, após largar prematuramente o futebol profissional, ele vem se aventurando nas últimas temporadas à frente das equipes amadoras da capital. Mas a marca deixada no jogo ocorrido há oito anos ficou como legado dos tempos que trabalhou para valer no mundo da bola."Precisávamos ganhar o jogo de qualquer forma. Fiz algumas defesas importantes.
Mas o mais marcante foi defender um pênalti cobrado pelo Romário. Ganhamos a partida por 2 a 1 e escapamos da degola, graças ainda ao tropeço do América Mineiro. É uma data especial que marcou a minha passagem como atleta. Muita gente me conhece por causa dessa história", diz ele.
Marcelo se divide atualmente entre os treinos noturnos no time de Santa Felicidade e o trabalho numa distribuidora de alimentos da capital. Estará em campo nesta tarde, às 16 horas, na finalíssima da Taça Paraná, contra o Combate Barreirinha.
Da imagem deixada na meta paranista, ele ainda lembra da história com detalhes. "Eu joguei no Botafogo e participava de peladas na chácara do Romário. Então sabia que o cara só batia penalidades no nosso canto direito. Mas, às vezes, quando conhecia o goleiro, mudava de lado. Na hora, pensei: seja o que Deus quiser... E fiz o óbvio. Pulei à direita e peguei", diz.
Destaque do Trieste, Marcelo não se arrepende de ter largado o profissionalismo. Também não vê mais possibilidades de voltar ao mercado. "Com sinceridade, sem condições. Treino duas vezes por semana apenas, fica difícil disputar espaço", confessa.
Faz questão ainda de exaltar a informalidade que acompanha o amador. "Alguns querem mudar isso, mas o importante é acabar o jogo e todo mundo sentar na mesa do bar e desfrutar uma cerveja, divertir-se, sem cobrança", fala.Além do arqueiro, o confronto no Estádio Francisco Muraro terá outros ex-atletas em ação. Pelo Trieste, destaque para Ednélson, Hideo e Guilherme (todos com passagem pela Vila Capanema). No Combate, o nome mais conhecido é do goleiro Rondinelli (que defendeu o Malutrom, atual J. Malucelli).
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