O governador Beto Richa disse nesta terça-feira (16) que espera o esclarecimento das denúncias de favorecimento a parentes do presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, na prestação de serviços nas obras de adequação da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014 projeto tocado com dois terços de recursos públicos oriundos do potencial construtivo (crédito virtual concedido pela prefeitura para construir imóveis de tamanho acima do estabelecido pela legislação municipal).
"Meu posicionamento é sempre o mesmo: indício de irregularidade deve ser apurado e, se for constatado, exige punição com todo rigor", afirmou o governador ao ser questionado sobre o assunto durante o evento de instalação da UPS Cajuru, em Curitiba.
A polêmica veio à tona após o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, José Cid Campêlo Filho, delatar a contratação de empresas do filho e do primo do presidente atleticano: a Kango Brasil Ltda. de Mario Celso Keinert Petraglia e a Carlos C. Arcos Ettlin Arquite(c)tura de Carlos Arcos , respectivamente. O Atlético alega que critérios técnicos levaram à escolha dos prestadores de serviço.
Richa também comentou novamente sobre o repasse de títulos do potencial construtivo ao Atlético. "Foi a fórmula encontrada para que Curitiba pudesse sediar a Copa do Mundo, visto que não podemos repassar recursos públicos para um estádio particular. A fórmula encontrada dentro de mecanismos legais para que houvesse a obra", declarou.
Porém relatório elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR), que deve ser votado pelos conselheiros do órgão na quinta-feira, considera tecnicamente dinheiro público o potencial construtivo, o que tornará mais rígida a fiscalização.
Segundo convênio firmado com o Atlético e a prefeitura de Curitiba, o governo estadual é responsável por bancar um terço do orçamento da reforma da Arena, de R$ 184,6 milhões. Segundo a engenharia financeira criada, o município passa dois terços desse montante em créditos do potencial construtivo ao clube e o estado se compromete a investir metade do valor em obras na cidade, quitando a sua parte.
Quando o acordo foi firmado, porém, o valor do orçamento era menor e foi criada uma lei municipal limitando a R$ 90 milhões o valor dos títulos a serem repassados ao Atlético. Com os valores atualizados, seriam necessários R$ 123,1 milhões para fechar a conta.
A prefeitura chegou a enviar novo projeto de lei à Câmara de Vereadores de Curitiba pedindo a correção. Mas o retirou na semana anterior à eleição do dia 7 de outubro, alegando que faria ajustes técnicos no texto.
Prefeitura
O secretário municipal para assuntos da Copa, Luiz de Carvalho, enviou ontem uma notificação para a CAP S/A - empresa de propósito específico criada para gerir as obras na Arena -, pedindo esclarecimentos sobre os contratos firmados para a contratação das empresas de parentes de Petraglia. O prazo para resposta é de dez dias.
"Emitimos essa notificação para que a opinião pública possa ter os esclarecimentos necessários sobre a obra, assim como o poder público", disse Carvalho. Apesar do caráter de cobrança, o secretário rejeita a possibilidade de haver conflitos e irregularidades nos contratos. "Parto do princípio de que tudo está dentro da legalidade. Eu seria irresponsável em apontar qualquer irregularidade nessas contratações. Não é uma notificação específica sobre isso, não é pontual. É um pedido de informação amplo sobre todo o processo da obra", completou.
Esse pedido faz parte de um procedimento que, segundo Carvalho, é mensalmente apresentado pela CAP S/A sobre o andamento das obras, além de uma alimentação diária de um sistema da prefeitura para acrescentar avanços e valores aplicados. Apesar da notificação, o secretário garante que toda a conclusão do estádio passa por rigoroso controle de fiscalização. "A obra está muito bem fiscalizada e as contratações muito bem auditadas", fechou Carvalho.
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