O governo se defende das críticas por não apoiar nenhum atleta de alto rendimento alegando que a prioridade do estado é "investir na iniciação esportiva". Porém, de acordo com o presidente da Paraná Esporte (autarquia estadual), Ricardo Gomyde, a discussão da criação de um fundo público de apoio ao esporte deve começar ainda neste ano no Conselho Estadual de Esportes, formado por representantes do governo, sindicatos, federações e atletas. "Estamos pensando seriamente nisso", disse ele.
O futuro fundo, contudo, deve seguir diretrizes estabelecidas pelo poder público, algo bem diferente das atuais leis de incentivo que existem em outros estados, como Goiás, Bahia, Ceará e Distrito Federal. "Criar uma lei para captar recursos da iniciativa privada e depois abater o valor do ICMS é uma solução, mas retira do estado o planejamento das ações. Não dá para o Paraná sair do comando do esporte de rendimento e entregá-lo às empresas particulares. Por isso precisamos discutir com calma qual a melhor alternativa", comentou Gomyde.
"Só que por convicção, continuo afirmando que investir na base é o caminho mais correto. As ações se refletem no esporte de alto rendimento", reforçou o político, citando o Bolsa-Atleta, programa federal que garante uma remuneração mínima, que varia de R$ 300 a R$ 2.500 mensais, há atletas sem patrocínio, como opção para quem busca apoio público.
Presidente da Federação Paranaense de Basquete (FPB) e secretário municipal de esportes de São José dos Pinhais há dez anos, Amarildo Rosa concorda em parte com a filosofia da Paraná Esporte. O dirigente, porém, cobra também a elaboração de um mecanismo de incentivo ao esporte de alto rendimento.
"Com relação às categorias de base, não tenho do que reclamar. Temos apoio total. O que eu cobro do Gomyde é uma forma de atrair as empresas privadas para investir no basquete", explicou Rosa, que estuda reativar o time profissional de São José, desativado no fim do ano passado por falta de patrocinador. (CEV)
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