Com problemas financeiros e uma crescente disputa entre dirigentes, o futebol boliviano pode sofrer intervenções por parte do Governo local, conforme ameaça feita nesta quinta-feira pelo presidente do país, Evo Morales, a dias da eleição de um novo diretório na federação nacional do esporte.
"Somos os últimos na América do Sul. Tem de haver uma mudança estrutural, começando pelos dirigentes," declarou a jornalistas o vice-ministro de Esportes e ex-jogador, Miguel Ángel Rimba, ao confirmar a possibilidade da intervenção estatal.
O Governo do presidente Morales, conhecido fã futebol, analisa projetos para a possível medida com o argumento de que deve se elevar o nível dos jogadores, embora dirigentes contrários à ideia tenham advertido sobre possíveis punições da Fifa.
Rimba lembrou que uma ação do tipo não seria inédita, já que no Peru, Paraguai e Uruguai ocorreu o mesmo. E, segundo o vice-ministro, esses países "agora são um exemplo de gestão esportiva transparente na América do Sul".
No entanto, segundo dirigentes esportivos, isso acarretaria em uma possível punição da Fifa, que impediria a Bolívia de participar de torneios internacionais, algo que o Governo assume como risco.
"Se temos de fazer isso (intervir), pediremos perdão a todos os atletas do país, mas temos de aguentar um pouco porque será para que venham dias melhores," argumentou Rimba.
O ex-zagueiro fez parte da última seleção que deu alegrias ao torcedor boliviano, quando conseguiu se classificar para a Copa de 1994, nos Estados Unidos.
Está prevista para o próximo fim de semana a eleição dos novos dirigentes da Federação Boliviana de Futebol (FBF) e da Liga Profissional local. Os atuais dirigentes, Carlos Chávez (FBF) e Mauricio Méndez (Liga) buscam a reeleição, mas várias associações do futebol lideradas pelo ex-capitão da seleção e atual vereador municipal, Julio César Baldivieso, iniciaram uma greve de fome para exigir uma renovação dos cargos.
Além da disputa entre dirigentes, o Serviço Nacional de Impostos embargou dois imóveis e três veículos da FBF por uma dívida de mais de US$ 2,1 milhões (R$ 3,67 milhões).
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