Tricolores

Tapetão – O STJD negou ontem o pedido do Paraná de impugnação da derrota de 1 a 0 para o São Paulo, dia 3 de junho, na Vila Capanema. Baseada nos erros do árbitro Leonardo Gaciba da Silva, que marcou um pênalti inexistente para o time paulista, e do bandeira José Javel Silveira, que anulou um gol paranista legítimo, a solicitação parou no mesmo aspecto de sempre em casos parecidos: os auditores consideraram os erros de fato, e não de direito.

Avanço – Apesar do insucesso, o clube comemorou um passo a mais em relação ao mesmo pedido feito no ano passado após a validação de um gol ilegal em derrota para o Fluminense. "Naquela oportunidade, o STJD sequer acatou o nosso pedido", lembrou o vice-presidente jurídico do Paraná, Luiz de Carlos de Castro. "Agora levamos a um julgamento que durou uma hora e meia", acrescentou o advogado Domingos Moro, responsável pela causa.

Time – Recuperado de uma lesão muscular na coxa esquerda, o volante Adriano treinou normalmente ontem e deve voltar ao time para o clássico de sábado como substituto do suspenso Beto no setor de marcação do meio-de-campo.

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"A bola é de couro. O couro vem da vaca. A vaca gosta de grama. Por isso vamos deixá-la perto do gramado". Parafraseando Gentil Cardoso, o técnico atleticano Antônio Lopes garante: não está preocupado com o péssimo estado do gramado da Vila Capanema, palco do Derby da Rebouças de sábado, às 18h10. Mesmo que os paranistas, acostumados a jogar e treinar no campo, não economizem nas reclamações.

Quem encarou o Paraná no Durival Britto nas rodadas anteriores também saiu chiando das condições do piso. Mas, pelo menos antes da partida, não é o que faz o treinador rubro-negro. Para ele, o time tem uma forma de jogar que terá de se sobressair a esse tipo de dificuldade.

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Lopes usa a criatividade do brasileiro no futebol, formada desde a infância, para justificar a afirmação. "Quem é habilidoso, tem boa técnica, acostumado a jogar na várzea, sem grama, sem nada, joga de qualquer maneira."

Porém as peladas de infância parecem não ajudar os jogadores do Tricolor. Com chuteira de última geração e tudo, eles dizem estar sofrendo no maltratado tapete da Vila. "Vocês sabem que o campo está horrível. É uma pena falar isso. Mas nem eu e nem ninguém conseguia dominar a bola na última partida", lembra o meia-atacante Vandinho, se referindo à vitória por 1 a 0 sobre o Sport, jogo no qual poucos lances foram construídos em trocas de passes e o único gol saiu em um cruzamento para a área.

A própria bola, que no célebre silogismo de Gentil Cardoso gosta de ficar próxima à grama, parece estar fugindo às características na Vila Capanema. "Ela quica demais, porque o piso está muito duro e irregular", testemunha o centroavante paranista Josiel.

Por mais que o piso esteja passando por uma tentativa de recuperação durante a semana, com fertilizantes e muita irrigação para compensar a falta de chuva em Curitiba, é provável que pouca coisa mude em relação ao jogo da semana passada.

Mesmo sem um julgamento antecipado do gramado da Vila, Lopes conta que se não der para tocar por baixo... "Vamos tentar na bola aérea. É o que os ingleses chamam de High Ball", compara um bem humorado Delegado. "Temos que apresentar maneiras diferentes de jogar em decorrência do adversário. No futebol, não tem equipe perfeita", explicou.

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A atuação madura do Atlético na vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras, no bom gramado do Parque Antarctica, não bastou para ele confirmar duas tendências. A primeira, que o time achou uma maneira de jogar: "Toda partida é diferente da outra. O clássico não vai ser igual, é uma proposta de trabalho para o jogo que diferencia", disse. A segunda, de que a equipe tem se dado melhor ao se apresentar nos estádios adversários. "Não tem essa. Comigo, o time procura jogar fora como em casa", atesta o técnico do Furacão, invicto como visitante, que depois das cinco alterações feitas para a última partida ganhou um leque de opções para o clássico.

Do outro lado, com as suspensões do volante Beto e do meia Éverton, o técnico Pintado será obrigado a fazer pelo menos duas alterações. Ele se mantém firme no propósito de não comentar nada sobre o time e evitar dar dicas ao adversário. No entanto, admitiu que o estilo de jogo rápido e veloz do ataque paranista, coincidentemente características também do adversário, fica prejudicado num campo irregular. Isso pode fazê-lo rever conceitos, apesar de, como Lopes e Gentil, preferir ver sempre a bola no chão.