"Meu Atletiba inesquecível!"
Forma 50 e-mails em três dias. A participação dos leitores deu um brilho a mais na semana do Atletiba. Convidados contar qual clássico realizado no Couto foi mais marcante, os torcedores enviaram relatos de emoção, amizade, alegria, frustração e, principalmente saudosismo.
Os relatos postados logo abaixo foram os vencedores numa eleição entre a equipe de esportes da Gazeta. Eles serão publicados na edição impressa deste domingo.
Contudo, se você quiser ler todos as histórias que chegaram à redação, você pode acessar os seguintes links:
- Parte 1- Parte 2- Parte 3- Parte 4
Confira os vencedores:
"14/03/71. Estádio Couto Pereira. Domingo de sol, estádio lotado até o ultimo lugar. Um Atletiba que jamais eu sonhava que iria ver. Um verdadeiro espetáculo. Eu trabalhava em um restaurante no Centro, inclusive aos domingos, só que nesse dia eu pedi folga na parte da tarde, e fui atendido. Lá fomos nós eu e mais dois amigos. O Coxa começou ganhando, dando show.
Mas eis que de repente, como em um passe de mágica, o Atlético virou o jogo para 3 x 4 e ficamos pasmos, não acreditando no que estávamos assistindo. Acabou o jogo com a vitória do Atlético e aconteceu algo que ficou para sempre na minha memória.
De repente começaram a aplaudir as equipes e inclusive eu aplaudi de pé a atuação dos dois times. Foi fantástico. Saímos de lá e fomos tomar cerveja para comemorar mesmo na derrota e brindar o grande espetáculo de futebol que tínhamos acabado de ver. Para mim, foi o Atletiba mais marcante e inesquecível do futebol Paranaense".
Pedro Girardi.
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"Sou atleticano desde 77 (meu nascimento), e meu Atletiba inesquecível foi dia 16/04/95, quando meu time perdeu de 5 X 1. Este clássico foi inesquecível, pois foi neste jogo que o Atlético mudou sua história, e que também ouvi, mesmo estando aos prantos, o presidente Petraglia dizendo "a partir desta data, o Atlético mudará sua história".
Foi a partir daí, que veio a nova Baixada, os títulos, os craques e as alegrias. Respeito muito o Coxa, mas a cada glória deles, a nossa é em dobro".
Cesar Augusto Ferreira Jorge.
Você se lembra onde estava em 16 de abril de 1995? O que fez na tarde de 14 de março de 1971? Porque não foi na casa da sua sogra ou mãe para almoçar em 5 de agosto de 1990? Ou porque não viu as vídeo-cassetadas do Faustão em 29 de agosto de 2004? Se você é um apaixonado por futebol e torce por Atlético ou Coritiba, nesses dias certamente você era "mais um" entre tantos que lotaram o estádio Couto Pereira num clássico Atletiba.O maior clássico do futebol paranaense terá mais uma edição neste domingo, a partir das 16h. O local é o mesmo de outras 188 partidas, das quais os coxas-brancas comemoraram em 82 oportunidades, os atleticanos festejaram 49 vezes e o empate persistiu em 58 jogos. O grande número de jogos disputados no Alto da Glória se justifica, pois durante muitos anos foi o principal estádio do estado. Alguns dos mais marcantes embates de todos os tempos aconteceram ali, sobre a benção de paz da Nossa Senhora do Pérpétuo Socorro.
Com o objetivo de descobrir quais jogos realmente ficaram para sempre na memória de torcedores, ex-jogadores e atuais craques das equipes, a Gazeta do Povo colheu vários depoimentos durante a semana. Também convidou os leitores a enviarem seus relatos, relembrando os bons momentos de futebol, quando a amizade reinava fora do gramado e a rivalidade tomada conta dos quatro cantos do Couto Pereira.
A marca dos craques do passado
O ano era 1973. Três meses depois de chegar ao Coritiba, o carioca Aladim entrou em campo para o seu primeiro clássico Atletiba. Como sempre, se um jogador vai bem neste jogo, garante vida de paz com a torcida por um longo tempo. E foi isso que aconteceu com o atacante.
"Eu joguei vários clássicos, mas o único que me marcou mesmo foi aquele. O Gainete fez uma reposição de bola errada, eu roubei a bola e bati por cobertura, aos 38 minutos do segundo tempo. Ganhamos não só aquele jogo, como todos os turnos do Paranaense e o título", lembrou. Sobre a importância daquele jogo, Aladim que ótimos momentos no Coxa o hoje vereador brincou. "Depois de um gol daquele, podia jogar mais uns dez anos na paz, sem dor de cabeça".
A época era quase a mesma (1971) e o jogo foi um dos mais citados pelos atleticanos que enviaram e-mails para a Gazeta. O Coxa abriu 2 a 0, quando Sicupira sofreu um pênalti. "O Nilson Borges bateu, mas acertou a trave", lembrou o ex-camisa 8 atleticano Sicupira. "Ainda no primeiro tempo empatamos o jogo e no segundo viramos para 4 a 2 (o Coxa descontou no fim). Foi uma virada histórica. Pode falar com qualquer um daquele tempo, que ele certamente vai te dizer que esse foi o maior Atletiba da história", acrescentou.
Craques da década de 90 relembram
Para Alex e Paulo Rink, rivais contemporâneos, os jogos mais marcantes aconteceram em 1995 e 1996, respectivamente. O do meia Coxa fechou um ano repleto de vitórias sobre o rival (quatro, no total). Já o atacante atleticano comemorou no ano seguinte como se fosse uma vingança por tudo o que o clube sofreu nos meses anteriores. A segunda história, possivelmente, só teve o resultado que teve em função da primeira.
Alex lembra com saudade da vitória sobre o co-irmão. "O Atlético já tinha garantido sua volta para a primeira divisão e nós tínhamos a chance se vencêssemos naquela noite. Foram três dias de muita expectativa. Fizemos uma partida complicada no domingo, contra o Central de Caruaru, e tínhamos três dias para nos recuperar, evitando o título deles e garantindo nossa classificação. Fomos superiores desde o inicio. Consegui de fora da área abrir o placar no inicio do jogo. O Pachequinho jogou demais e no final vencemos 3 x 0 e voltamos para jogar na primeira divisão", disse.
Alguns meses depois foi a vez de Paulo Rink sorrir. Para contextualizar o que a vitória por 1 a 0 do dia 7 de abril de 1996, é preciso lembrar o que aconteceu no ano anterior. O dia 16 de abril de 1995 teve tanta importância para o Coritiba, que goleou o rival Atlético impiedosamente por 5 a 1 (com direito a comemoração imitando o coelhinho da páscoa), quanto para o time derrotado daquele dia. Naquele momento foi declarada uma revolução no rubro-negro, que trocou de diretoria e começou processo de profissionalização que culminou na construção da Arena da baixada e no título do Brasileirão de 2001.
Para Paulo Rink, parceiro de Oséas na avassaladora equipe atleticana de 1996, a vingança veio em forma de gozação. "Dois meses antes tínhamos vencido no Couto por 2 a 0, com um gol meu e outro do Oséas. Na páscoa, jogamos mais uma vez lá e eu marquei o gol, comemorando com o pessoal imitando um coelhinho da páscoa. Isso me marcou bastante e também os torcedores do Coritiba, que até hoje me xingam por isso", diverte-se.
Juventude mantém rivalidade sadia
O jovem Dirceu, do Coritiba, ainda não tem muitas histórias para contar, mas sua estreia em clássicos como profissional ficou marcada. "Fui pego de surpresa ao saber que iria jogar apenas duas antes do jogo. Foi um choque, mais fui bem no jogo e ganhamos por 2 a 0. Infelizmente me machuquei e fiquei de fora da final. Não consegui ir ao jogo e fiquei em casa, só no radinho. Após o título, saí de casa correndo, buzinando pela cidade inteira, pois era meu primeiro título como profissional. Encontrei o carro de bombeiros no meio do caminho, montei e comemorei muito. Marcou demais".
Nei, lateral do Atlético, não é tão jovem assim, mas também jogou alguns Atletibas. "o clássico no Couto que mais marcou foi em 2008, pelo Paranaense, aquele que ganhamos de 2 a 0. O Ferreira fez o primeiro gol e o Alan Bahia fez o segundo, bem no final do jogo, em uma jogada do Claiton. Eu comecei no banco de reservas. Entrei no segundo tempo quando o jogo ainda estava 0 a 0. Consegui ajudar a equipe nesta vitória. E ganhar um clássico na casa do adversário sempre fica marcado", concluiu.
Emoções vividas dos dois lados
Vários jogadores já tiveram o prazer de disputar Atletibas vestindo a camisa das duas equipes. Um dos mais marcantes, sem dúvidas, foi o ex-goleiro Rafael Camarotta. Seu ótimo trabalho no Atlético fez com que fosse para o Coritiba. Lá, no Alviverde, participou da maior conquista da equipe: o Brasileirão de 1985.
"Pelo Coxa, simplesmente todos marcaram muito. É impossível destacar um só, sinceramente", revelou o goleiro. Já pelo Atlético, um em especial é sempre lembrado pelo agora treinador. "Em 1984. O índio fez um gol impedido no início do segundo tempo e o clima pesou. O pessoal se revoltou, o João de Oliveira e o Hélio Alves entraram em campo, um monte de gente foi expulsa e o jogo acabou aos 20 minutos. A decisão foi para o tribunal e a vitória ficou com o Coxa. Eu fui expulso, pois o árbitro disse que eu ficava incitando a torcida para invadir o campo, só porque eu estava com os braços levantados. Brincadeira", lembrou entre risadas.
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