Greve leva o Paraná a revelar caixa vazio

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Às vésperas de mais um jogo decisivo, o Paraná voltou a enfrentar protestos de funcionários por causa de atrasos de pagamentos de salários. Ontem, o time decidiu trocar a Vila Capanema pela Vila Olímpica, no Boqueirão, para treinar, onde os cerca de 30 funcionários da sede estavam no terceiro dia de greve. O treinamento para o confronto com o Atlético, neste domingo no Ecoestádio, pelas quartas de final do Estadual, não foi afetado. Mas a menor movimentação de pessoal foi notada pela imprensa e a diretoria do clube, que se reuniu na sede, optou por não esconder a situação, comentada pelos poucos funcionários que compareceram ao trabalho.

O vice-presidente de fu­­tebol paranista, Celso Bit­­tencourt, admitiu os problemas financeiros e destacou que a situação dos trabalhadores da sede do Boqueirão que optaram pela paralisação nem é a pior dentro do clube. "Temos vários pontos do Paraná, a Vila Capanema, a base [Ninho da Gralha], a sede da Kennedy, em que temos atrasos com funcionários da área administrativa, com professores das escolinhas. Temos atrasos com jogadores e comissão técnica. Quando se começa a pagar uma área e não paga outra, cria outro problema", comentou. "Os valores que acertamos recentemente com os jogadores é dezembro, mas abre brecha para outras cobranças. Queremos fazer pagamentos para deixar todos em uma condição igual até o fim da próxima semana e quitar todos os débitos até o final do mês", complementou.

Segundo alguns dos funcionários, o clube deve os salários de janeiro e fevereiro. A diretoria paranista não confirmou a informação. "Cada vez que se fala nos períodos, criamos uma arma contra nós mesmos. Queremos quitar os débitos e, quando isso acontecer, poder anunciar isso em alto e bom tom", seguiu Bittencourt.

Ele destacou também que os jogadores, que ocupam a maior parcela da folha salarial do clube, estão cientes dos esforços do clube para quitar os débitos. "Estão motivados para as partidas que vêm por aí. Terão uma semana dura, com os mata-matas [do Estadual] e a estreia na Copa do Brasil", falou o dirigente.

Bittencourt espera que parte dos valores em atraso com os funcionários de todo o clube seja quitado com a verba do patrocínio firmado com a Caixa Econômica Federal, que deve ser liberada na próxima quinzena.