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Massa terá de mostrar serviço durante a temporada para não correr o risco de perder o emprego na Ferrari | Paul Crock/ AFP
Massa terá de mostrar serviço durante a temporada para não correr o risco de perder o emprego na Ferrari| Foto: Paul Crock/ AFP

Treino

Até 2010, os pilotos não se cansavam de repetir que um bom resultado na classificação era quase garantia de um bom resultado na corrida. Mas, com os pneus Pirelli a partir deste ano e as asas traseiras móveis, a situação deve mudar. Os compostos que serão usados nesta temporada se degradam muito mais que os do ano pas­­sado, o que significa mais pit stops. Além disso, o sistema das asas móveis deve facilitar as ultrapassagens. Os novos elementos tendem a fazer com que a classificação seja menos vital.

Melbourne - País com grande tradição na F1, dono de oito títulos mundiais, o Brasil corre o risco de em um futuro não muito distante não ter mais representantes na categoria máxima do automobilismo.

A temporada que começa neste final de semana, na Austrália, pode involuntariamente acelerar este processo.

Dos quatro pilotos que tinha no ano passado, restaram somente dois: Felipe Massa e Rubens Barrichello – Lucas di Grassi ficou sem vaga, e Bruno Senna será piloto de testes da Renault.

Tanto Massa quanto Barrichello estão em momentos cruciais de suas carreiras.

O primeiro, após uma temporada complicada na Ferrari, na qual ficou à sombra do parceiro, Fernando Alonso, tendo inclusive que lhe ceder a vitória em Ho­­ckenheim, tem de provar que é capaz de derrotar o espanhol.

Caso contrário seus dias como piloto da escuderia italiana podem chegar ao fim antes mesmo do final de seu contrato, que vai até 2012.

Em Melbourne, onde fez sua estreia na categoria em 2002, Massa disse saber da importância da temporada.

"Preciso fazer o melhor que eu posso não só dentro do carro, mas também com a equipe e com todo o resto. E é isso que estou pronto para fazer", afirmou o ferrarista.

Barrichello, que começa sua 19.ª temporada na categoria, vive situação diferente. Aos 38, sabe que sua carreira já está chegando ao fim. Um mau desempenho em 2011 pode antecipar a aposentadoria que ele tenta adiar.

E consequentemente antecipar o plano de ajudar jovens pilotos a chegar à F1.

"É até engraçado chegarmos a esta situação porque o Brasil sempre teve muitos pilotos de alto nível. Até hoje, se você for a um kartódromo, vai ver muita gente que tem potencial para entrar na F1", falou o piloto da Williams.

"Acho que está na hora de o Brasil começar a pensar se não tem que injetar algum incentivo. Isso é uma coisa que eu penso em fazer quando eu parar porque a gente sabe que hoje só talento não leva ninguém para a F1."

Massa, que criou uma categoria no Brasil para tentar reverter a situação, faz coro.

"Há 15 anos, o que mais se via era brasileiro correndo em todas as categorias pelo mundo. Hoje é superdifícil."

Em 2010, por exemplo, dos 34 pilotos que correram na GP2, a categoria de acesso à F1, só dois eram brasileiros.

"A chance de, se isso continuar, não termos mais brasileiros na F1 é muito grande."

Ao vivo

Treino classificatório para o GP da Austrália, às 3h (de amanhã), na RPC TV.

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