Brasileiro é favorito ao bi em duas horas
Valendo pontos para o Campeonato Mundial de Rally Cross Country, a categoria motos é a que reúne mais estrangeiros no 17º Rally Internacional dos Sertões. Estarão em ação motociclistas de Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia, Polônia e Portugal. Porém não se inscreveram os dois principais nomes do circuito mundial, o espanhol Marc Coma e o francês Cyril Despres, o que pode encaminhar mais uma vitória brasileira.
Goiânia - No ano passado os Touareg guiados pelos estrangeiros fizeram uma dobradinha na ponta. A dupla Giniel de Villiers (África do Sul)/ Dirk von Zitzewitz (Alemanha) venceu, seguida por Mark Miller (Estados Unidos)/ Ralph Pitchford (África do Sul). Em janeiro, repetiram o resultado no Dakar, disputado na Argentina e no Chile. É algo parecido o que querem os gringos da vez no comando dos supercarros da Volkswagen no 17º Rally Internacional dos Sertões, cuja largada será hoje pela manhã, em Goiânia.
As duplas Carlos Sainz/ Lucas Cruz Senra (Espanha) e Nasser Al-Attiyah (Catar)/ Timo Gottschalk (Alemanha) não escondem que vão usar o segundo maior rali do mundo como preparação para o primeiro. Completam o time da Volkswagen os curitibanos Maurício Neves e Eduardo Bampi, que entram como franco-atiradores por conhecerem pouco o carro. Dependendo do desempenho, também podem se credenciar ao Dakar em 2010.
"Esse rali é uma boa prova de preparação, que exige bastante da parte mecânica", disse Sainz, bicampeão mundial de rali de velocidade em 1990 e 92. "O carro é muito bom, forte, vencedor do Dakar inclusive. Mas pensamos em desenvolvê-lo o máximo possível para o ano que vem", emendou Al-Attiyah.
Ele se refere ao título conquistado por De Villiers e Von Zitzewitz em terras sul-americanas no início do ano. Com outros navegadores, tanto o piloto do Catar como o espanhol chegaram a liderar a última edição do principal rali do mundo.
Competindo com uma BMW, Al-Attiyah liderou até o sexto trecho. Porém, com problemas de superaquecimento no motor, evitou algumas dunas e acabou desclassificado por não passar por todas as marcações obrigatórias. Mais tarde o Touareg de Sainz assumiria a ponta, mas um erro do livro de marcação fez com que ele caísse em um buraco e abandonasse a disputa na antepenúltima das 14 etapas.
"A prova teve problemas de juventude", resume o piloto, minimizando a falha da organização do primeiro Dakar fora da África.
Os dois nunca competiram no Brasil. Sainz, aliás, pisou pela primeira vez por aqui agora. "Tenho muitos amigos que já vieram passar férias. Sei que é o paraíso, mas ainda não tinha dado certo de vir. Agora quem sabe me anime a trazer a família para passear ou ver um GP de Fórmula 1", afirmou, sabendo que vai encontrar "muitos lugares maravilhosos" entre Goiânia e Natal, onde termina a prova, dia 3 de julho.
Al-Attiyah já veio ao país, mas por causa de outro esporte. "Estive duas vezes em Campinas para praticar tiro", contou o simpático piloto, com seu inglês típico do Oriente Médio, apoiando até a possibilidade de o Brasil receber trechos do Dakar 2010. O calor do sertão, por exemplo, não deve incomodá-lo nem um pouco. "Isso não é nada. No Catar a temperatura chega a 50 graus. Isso mesmo: cinco, zero", completou aos risos, sob o forte sol goiano.
O jornalista viaja a convite da Dunas Race.
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