Em meio ao turbilhão de más notícias que perseguem o Coritiba desde o fim do ano passado, um grupo de dez investidores, todos apaixonados pelo clube, resolveu se unir para concretizar o sonho de todo o coxa-branca de concluir o terceiro anel do Couto Pereira.
O projeto de revitalização e modernização do estádio consiste também na construção de aproximadamente 25 camarotes acima do novo lance de arquibancada e na transferência das cabines de rádio e televisão, atualmente localizadas no setor social do clube, para a reta da Mauá. No local onde hoje a imprensa trabalha seriam erguidos mais camarotes.
O orçamento da obra gira em torno de R$ 3,5 milhões e seria custeado exclusivamente com recursos do pool empresarial. Em troca, o grupo ganharia o direito de explorar os camarotes por um determinado tempo, ainda não definido pelas partes.
"Estamos em início de conversa. É cedo para antecipar qualquer coisa. Mas eu posso dizer que existe uma boa chance de dar certo. Eles têm dinheiro e o clube tem interesse em se unir a investidores para terminar o Couto. Então, se chegarmos a um denominador comum, não há motivo para não se começar essa obra logo", afirmou o diretor de patrimônio do Coxa, José Augusto Arruda.
Ainda de acordo com o dirigente, a construção seria concluída em aproximadamente seis meses e não impediria o time de mandar suas partidas durante a Série B no estádio. "A parceira traz ainda mais um benefício ao Coritiba. Poderíamos canalizar todo o dinheiro do orçamento para a montagem de uma equipe competitiva, capaz de voltar à Primeira Divisão", explicou Arruda.
Como é comum nesse tipo de negociação, os investidores pediram anonimato. Apenas o empresário Giovanni Kassin, idealizador e líder do grupo, aceitou aparecer na imprensa. Proprietário de um camarote no Couto Pereira, Kassin conversou com a Gazeta do Povo durante a vitória do Coxa sobre o Icasa, na quarta-feira. Ele esbanjou entusiasmo com o projeto.
"Na semana que vem eu terei uma conversa com a diretoria do clube. Posso garantir que no que depender da gente, o término do terceiro anel está muito próximo. Já levantamos o dinheiro necessário e só estamos esperando o ok da direção", disse o empresário. "Não somos ligados nem à situação nem à oposição. Somos apenas um grupo de apaixonados que deseja o melhor para o Coritiba", complementou.
Segunda fase
Há ainda um projeto mais audacioso na gaveta da diretoria coritibana. O clube pretende, num segundo estágio, cobrir toda a arquibancada do Couto Pereira. "Isso, porém, está numa fase embrionária. Só agora pedimos um estudo para saber a viabilidade e os custos. Vamos por etapas", argumentou Arruda.