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Após a derrota frente ao Sport por 2 a 0 na Vila Capanema, o diretor de futebol do clube, Guto de Melo, que assumiu as funções de vice-presidente de futebol após o afastamento de Aramis Tissot por motivos de saúde, expôs com voz embargada o quadro do clube, que, mesmo diminuído pela metade o atraso de salários, ainda é preocupante. "Tem que ficar sabendo questão financeira é calamitosa. Não tem que esconder. O pessoal da diretoria, começando por presidente e vice-presidentes são heróis. Covarde é que disse que ia ajudar e correu," afirmou.

O tamanho do atraso de salários foi revelado pelo dirigente, que contou toda a dificuldade de se montar um elenco na Série B. "Estamos com contas bloqueadas desde 2009. A torcida cobra um time melhor, mas esse elenco é de guerreiros. Com muito sacrifício montou-se elenco. Estamos pagando a duras penas. Tivemos três meses atrasados no primeiro turno e o time estava bem e era líder, mas teve queda. Estamos agora na mesma situação com salários atrasados," revelou Melo. O Paraná, segundo o dirigente está com uma folha e meia em atraso, metade dos três meses de débito alcançados no auge da crise.

Guto de Melo criticou quem estava ao lado do clube quando disputava Libertadores e Série A há 3 anos e agora se afastou do dia a dia. "Acho que torcida tem razão de falar, mas temos que contar o que está acontecendo no clube. Queremos que mais paranistas de verdade ajudem os clubes. Meia dúzia só não adianta. Muita gente quando a gente estava na Libertadores e na Primeira Divisão ia ao vestiário. Tinha que pedir licença para entrar. Hoje, pouca gente. Dos que prometeram ajudar na eleição com milhões. Tem uma pessoa que ajuda, mas não quero citar nome, pois ele não gosta. Tem muita ciumeira entre alas do clube. O Paraná um só e tem que remar junto. Falo por mim e pelo Aramis, que se afastou do dia a dia, mas está ajudando. Vimos o time no auge. Como torcedor estou sentindo isso. Sem dinheiro não dá," desabafou.

O dirigente mostrou bastante preocupação a respeito do time para o ano que vem. "Estou muito preocupado com o ano que vem. Tem que começar a montar o time em outubro de novembro. Os times do interior de São Paulo têm R$ 1,3 milhão de verba cada e pagam muito bem para os jogadores," explicou.

No ponto mais polêmico da entrevista coletiva, Guto de Melo afirmou que não descarta uma terceirização do departamento de futebol, embora não tenha recebido nenhuma proposta. "O futebol do Paraná não vai fechar jamais. Eu como torcedor não vou deixar fechar. Muito se falou em terceirização nesta semana, mas não chegou nenhuma proposta. Se chegar, que venha já. É importante chegar agora, pois no final do ano não vai adiantar. O clube está aberto. Sou torcedor do clube e encarei isso tudo junto com o Aramis. Se vier alguém que terceirize e seja paranista, é situação de pensar e ver se presidente aceita," afirmou.

De certo modo, a situação passada há 15 anos por outro clube de Curitiba serve como alento para o Paraná. "Eu acho que o Paraná é muito grande e tem uma torcida grande. Essa história de ter só dois clubes em Curitiba não daria. Penso na situação complicada que o Atlético passou. Se o Atlético conseguiu dar volta por cima... A situação não era nada boa quando o [Mário Celso ] Petraglia assumiu o time. É hora de alguém ajudar e será bem vindo. O presidente e o Aramis não vão se opor," disse.

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