Nico Rosberg conquistou pela primeira vez o título do Mundial de Fórmula 1 ao encerrar o GP de Abu Dabi, neste domingo (27), em segundo lugar. Com isto, o alemão repetiu o feito do pai, o finlandês Keke Rosberg, campeão do mundo em 1982, então pela equipe Williams.
O inglês Lewis Hamilton, seu companheiro de Mercedes, venceu a prova nos Emirados Árabes, mas o resultado não foi suficiente para a conquista do seu quarto título na categoria máxima do automobilismo.
O título também encerrou a supremacia do tricampeão Hamilton, que faturou os campeonatos de 2014 e 2015, depois de ter conquistado o seu primeiro Mundial em 2008, quando brigou até a última curva de Interlagos no GP do Brasil na disputa emocionante que travou com Felipe Massa pelo título.
GALERIA: veja imagens da comemoração de Rosberg
Para completar, Rosberg voltou a garantir a Alemanha um campeão do mundo, depois de Hamilton e a Mercedes terem interrompido o domínio de Sebastian Vettel, tetracampeão com títulos consecutivos pela Red Bull em 2010, 2011, 2012 e 2013.
Vettel, por sinal, conseguiu fazer uma grande corrida neste domingo pela Ferrari e terminou em terceiro lugar ao ultrapassar o holandês Max Vestappen a três voltas para o final da corrida e se garantir no pódio. O jovem piloto da Red Bull acabou pagando o preço por optar por uma estratégia de apenas uma parada nos boxes para troca de pneus, fechando a prova em quarto lugar e ficando fora do pódio.
Felipe Massa, por sua vez, se despediu da Fórmula 1 neste domingo com um nono lugar, pontuando em sua última corrida na categoria. O piloto da Williams, que estreou na F-1 em 2002, deu adeus após 250 provas na elite do automobilismo.
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Leia a matéria completaÀ frente de Massa, o australiano Daniel Ricciardo (Red Bull) foi o quinto colocado em Abu Dabi, seguido pela ordem pelo finlandês Kimi Raikkonen (Ferrari), pelo alemão Nico Hülkenberg (Force India), pelo mexicano Sergio Pérez (Force India), enquanto o espanhol Fernando Alonso (McLaren) fechou o grupo dos dez primeiros atrás de Massa.
A corrida
Pole, Hamilton sustentou a primeira posição com tranquilidade na largada e Rosberg, como já era esperado, partiu de forma conservadora e sustentou a segunda colocação. Atrás deles, Kimi Raikkonen, da Ferrari, largou bem e saltou da quarta para a terceira posição ao ultrapassar Daniel Ricciardo, da Red Bull.
Já o holandês Max Verstappen, da Red Bull, que partiu do sexto lugar, até havia feito uma boa largada, mas errou o ponto da freada na primeira curva, rodou e caiu para a 15ª posição.
Felipe Massa, que partiu do décimo lugar em sua corrida de despedida da F-1, começou a travar uma disputa pela nona posição com Valtteri Bottas, seu companheiro de Williams, que largou do 11º posto do grid. Primeiro o brasileiro foi ultrapassado pelo finlandês, mas logo em seguida deu o troco e retomou o nono lugar na sexta volta.
Após largar de pneus ultramacios, Hamilton foi para os boxes já na oitava volta. O inglês deu a impressão de que estava segurando o ritmo para fazer com que Rosberg não desgarrasse de Raikkonen e Ricciardo. Para o inglês, seria ruim o alemão abrir vantagem sobre o pelotão de trás, pois um terceiro lugar já garantiria o título ao alemão.
Rosberg, por sua vez, havia assumido a ponta após a parada de Hamilton, mas também foi logo para os boxes para trocar pneus, na 11ª volta, fazendo então com que Ricciardo ocupasse o primeiro lugar, já que Raikkonen, que também vinha atrás, já havia sido ultrapassado ao fazer o seu primeiro pit stop.
Outro que fazia a sua corrida de despedida da F-1, assim como Massa, Jenson Button precisou abandonar já na 14ª volta por causa de problemas na suspensão de sua McLaren. Campeão mundial em 2009 e um dos pilotos mais queridos do grid de categoria, o inglês foi aplaudido de forma efusiva pelos torcedores e chegou a subir no carro para agradecer ao público. Após acenar para a torcida, ele ganhou um abraço carinhoso de sua mãe, que a esperava nos boxes para cumprimentá-lo.
Verstappen assusta Rosberg
Verstappen, embora tenha caído várias posições na largada, foi recuperando uma a uma e chegou ao segundo lugar, pois não parou para trocas pneus nas primeiras 15 voltas.
Para completar, o jovem holandês de 18 anos de idade voltou a exibir um misto de ousadia e irresponsabilidade ao dividir uma curva com Rosberg quando tentou ultrapassar o alemão na 20ª volta. O piloto da Mercedes acabou levando vantagem na disputa e ficando à frente para se garantir no segundo lugar, mas o holandês por pouco não tocou o carro do adversário e complicou a sua vida na luta pelo título.
E, na 22ª volta, Verstappen foi finalmente para os boxes para trocar pneus, depois de ter largado com compostos mais duros. Desta vez a Red Bull optou por colocar pneus macios e o holandês voltou para a pista na nona colocação, enquanto Hamilton e Rosberg eram seguidos, pela ordem, por Raikkonen, Ricciardo, Vettel, Hülkenberg e Pérez. Atrás de Verstappen, Massa sustentava a nona posição e Fernando Alonso fechava o grupo dos dez primeiros com a sua McLaren.
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Leia a matéria completaA estratégia do holandês, por sinal, foi diferente da do seu companheiro de Red Bull, Ricciardo, que na 25ª volta já fez a sua segunda parada nos boxes para trocar pneus. Já Verstappen, com a arriscada estratégia de fazer uma corrida com um único pit stop, passou a ser visto como uma ameaça aos pilotos da Mercedes, que pelo tipo de pneus macios que estavam usando ainda precisariam fazer mais uma parada.
Já na 28ª volta, Verstappen começou a voar baixo e cravou a volta mais rápida da corrida naquele momento e logo depois voltou a quebrar a própria marca. Hamilton, por sua vez, foi para os boxes para a sua segunda parada na 29ª volta, antes de Rosberg também ir para o seu segundo pit stop na 30ª.
Mesmo com as paradas, Hamilton e Rosberg voltaram para a pista à frente de Verstappen, quarto colocado, com o inglês em segundo a sete segundos do holandês e o alemão em terceiro, a três segundos. Vettel, que não tinha nada a ver com essa briga e vinha atrás da dupla da Mercedes, assumiu a ponta com a sua Ferrari.
Naquele momento, Rosberg vinha assegurando o título com o terceiro lugar. Vettel, que havia feito apenas uma parada nos boxes, precisou fazer um novo pit stop na 37ª volta, quando Hamilton reassumiu a ponta e Rosberg passou a ocupar a segunda posição.
Verstappen, agora em terceiro com a parada de Vettel nos boxes, seguia tentando forçar o ritmo para alcançar as Mercedes, enquanto Hamilton evitava andar muito rápido para forçar com que o holandês tivesse chances de alcançar Rosberg e complicar o alemão, que precisaria então perder mais duas posições para ficar sem o título.
Com pneus novos, Vettel ultrapassou Raikkonen e começou a cravar a voltas mais rápidas da corrida. O alemão perseguia Ricciardo, que vinha sustentando a quarta posição, mas era seguido de perto pelo piloto da Ferrari. E já na 46ª volta, o tetracampeão ultrapassou o australiano para assumir a quarta posição.
Verstappen, por sua vez, tinha pneus macios muito desgastados, pois só fez um pit stop, enquanto Vettel vinha ficando cada vez mais próximo do holandês com seus compostos ultramacios. E realmente não houve como segurar o alemão, que ultrapassou o holandês a três voltas para o final.
Final de prova
E Vettel não se contentou com o terceiro lugar e foi para cima de Rosberg, que se viu obrigado a forçar o ritmo para não correr o risco de se envolver em uma disputa com o seu compatriota. O ferrarista tentou ultrapassar o rival na penúltima volta, mas o piloto da Mercedes se segurou na segunda posição.
Assim, Rosberg foi para a 55ª volta, a última da corrida, ainda com a vantagem de poder terminar em terceiro lugar para ser campeão. Mas ele conseguiu sustentar a segunda posição até o final, enquanto Hamilton cruzou em primeiro para fechar o Mundial com uma vitória “amarga”.
Pelo rádio do seu carro, Rosberg comemorou muito a conquista com gritos de “campeão do mundo” e depois deu “zerinhos” com sua Mercedes na reta dos boxes para comemorar o título. Eufórico com a inédita conquista, chegou a dar um beijo na sua Mercedes antes de comemorar com os integrantes da sua equipe. Já Hamilton foi consolado pela sua mãe, após ficar com o vice-campeonato mesmo ganhando as últimas quatro corridas do ano. No fim, pesou a maior regularidade de Rosberg.
O campeão fechou o Mundial com 385 pontos, enquanto Hamilton ficou com 380. A terceira posição do campeonato foi obtida por Ricciardo, com 256, seguido de longe por Vettel, quarto colocado com 212. A revelação Verstappen terminou em quinto, com 204, enquanto o experiente Raikkonen foi o sexto, com 186.
Nasr
Felipe Nasr, que largou da 19ª posição, fechou a corrida em 16º lugar também em uma possível despedida da F1, pois ainda não sabe se poderá seguir no grid da categoria em 2017. Massa, com o nono lugar em sua 250ª corrida, ao menos conseguiu festejar um fim de campeonato digno pela Williams, ficando à frente do seu companheiro Bottas, que precisou abandonar esta prova final da temporada.
Mas Massa fechou o Mundial apenas na 11ª posição na classificação geral, com 53 pontos, enquanto o finlandês da Williams terminou em oitavo, com 85.
Confira a classificação final do GP de Abu Dabi:
1.º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h38min04s013
2.º - Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 0s439
3.º - Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a 0s843
4.º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 1s685
5.º - Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), a 5s315
6.º - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 18s816
7.º - Nico Hülkenberg (ALE/Force India), a 50s114
8.º - Sergio Pérez (MEX/Force India), a 58s776
9.º - Felipe Massa (BRA/Williams), a 59s436
10.º - Fernando Alonso (ESP/McLaren), a 59s896
11.º - Romain Grosjean (FRA/Haas), a 76s777
12.º - Esteban Gutierrez (MEX/Haas), a 95s11s
13.º - Esteban Ocon (FRA/Manor), a uma volta
14.º - Pascal Wehrlein (ALE/Manor), a uma volta
15.º - Marcus Ericsson (SUE/Sauber), a uma volta
16.º - Felipe Nasr (BRA/Sauber), a uma volta
17.º - Jolyon Palmer (ING/Renault), a uma volta
Valtteri Bottas (FIN/Williams)
Jenson Button (ING/McLaren)
Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso)
Kevin Magnussen (DIN/Renault)
Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso)
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