Candidato da situação, Rubens Ricardo Bohlen, 61 anos, administrador de empresas, natural de Rio Azul e ex-torcedor do Ferroviário, antecipou apenas uma fórmula para conseguir êxito: intensificar a marca Paraná, com a busca de novas linhas de produtos licenciados. Com isso, segundo sua chapa, já haveria um incremento na arrecadação do clube| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo
Já o oposicionista Ivan Ravedutti, 55 anos, advogado, natural de Santo Antônio da Platina e ex-torcedor do Ferroviário, surpreende ao falar que a ideia é construir um novo estádio, pois – segundo ele – tanto a Vila Capanema quanto a Vila Olímpica não estão mais à altura das necessidades atuais do clube e da torcida

A direção paranista passará hoje às mãos de um novo condutor. E um caminho sinuoso o espera. Ru­­bens Bohlen, da situação, e o oposicionista Ivan Rave­dutti disputam a presidência do Tricolor. Com ela, o ônus de transformar uma herança ingrata em novo legado.

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O vencedor desta noite – o fim da apuração é esperado para as 21 horas – terá o biênio 2012/2013 para tentar recolocar nos trilhos um clube que viu seu futebol descarrilar, os laços com empresários se apertarem e as raízes na Segunda Divisão afundarem em quatro anos – cinco contando 2012 – longe da elite.

Pelo menos até o julgamento sobre o Estadual passado, marcado para o fim do mês, o calendário ainda reserva uma incômoda presença na Segundona local. E, com ela, a perda de cerca de R$ 600 mil que seriam reservados ao clube pelos direitos de transmissão, além da desvalorização na venda das placas de publicidade.

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No Nacional a situação é parecida: preso na Segundona, o clube segue estacionado no repasse de R$ 1,6 milhão/anual pela tevê.

Valores pouco significativos em um custo anual de R$ 15 mi­­lhões e difícil de ser bancado. No último balanço, publicado em abril, o déficit foi de R$ 7 milhões.

Tanto que uma das missões do novo dirigente será administrar o provável atraso de ao menos parte dos salários. Um drama que envergonhou o clube nas últimas temporadas e prejudicou até o desempenho, com greves dos jogadores.

Quem entrega o clube, porém, garante que a situação financeira melhorou. Mas os argumentos não são dados pelo presidente Aqui­lino Romani, que silenciou às vésperas da disputa nas urnas.

"Chegamos este ano ao clube com três salários, o 13.º e as férias atrasados. Pode até faltar agora uma parcela dos vencimentos. Mas quem assumir o Paraná terá um cenário muito, muito melhor. Jogador sentado aqui [aponta o chão da entrada da sede da Ken­nedy] esperando pelo salário não vai ter", assegura o diretor-financeiro Celso Bittercourt, integrante do grupo responsável pelo planejamento do clube desde janeiro e um dos vices da chapa da situação.

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As limitações financeiras terão impacto também na formação do elenco incumbido de reagir em campo. O presidente terá muito trabalho para reforçar o grupo, pois contará com apenas nove atletas com contrato vigente até o fim do Pa­­ranaense – destes, apenas Cam­­bará figurava como titular no jogo de ontem com o ABC. A falta de caixa reforça a dependência dos empresários, relação que ambos os candidatos planejam rever.

A revisão passará também, prometem, pela condução dos times de base, de onde têm saído poucas promessas. E nenhum título. O clube não levanta uma taça, em nenhuma categoria, desde 2007.

A decisão de quem melhor po­­derá administrar tantas dificuldades ficará a cargo dos sócios olímpicos, das 10 h às 20 h, no salão pa­norâmico da sede da Keneddy.