Rio de Janeiro - Nos dias que antecederam a partida, Alecsandro fez de tudo para evitar polêmica. Seu pai, o ex-atacante Lela, ídolo da torcida coxa-branca nos anos 80, que comemorava os gols com caretas, também. Chegou a fugir dos telefonemas que fatalmente o questionariam sobre o duelo do filho com o time pelo qual foi campeão brasileiro em 1985.
Mas Lela apareceu em São Januário. Na careta feita pelo filho para comemorar o gol da vitória vascaína, sem medo de polêmica. Justamente no Rio de Janeiro, cidade onde, com Lela vestindo a camisa 7, o Coxa saiu vencedor em sua primeira final nacional contra o Bangu, no Maracanã.
"O respeito dele pelo Coritiba nunca vai acabar. O carisma, toda a história, o reconhecimento como ídolo pela torcida. E eu também estou buscando meu espaço", discursou o herói vascaíno, não esquecendo da relação do pai com o time que havia acabado de derrotar.
Aos cinco minutos do segundo tempo, Alecsandro aproveitou uma bola levantada na área para marcar de cabeça o gol do primeiro confronto decisivo. Antes de a bola chegar ao camisa 9, o Vasco aproveitou a principal falha do Coritiba na primeira etapa: o espaço dado para o adversário trabalhar a bola no setor de armação e pelas laterais.
Até então, o time da casa só não havia levado mais perigo graças à atuação segura da dupla de defesa alviverde, Demerson e Emerson, às coberturas do incansável volante Willian e à apresentação ruim de seus dois laterais, Allan e Márcio Careca. Mas bastou Allan acertar o pé no cruzamento, após a jogada trabalhada por Bernardo e Diego Souza, que Alecsandro não perdeu a chance de definir.
Do outro lado, faltou a mesma precisão ao camisa 9 coxa-branca. "Tive duas oportunidades e não concluí em gol. Infelizmente o [Fernando] Prass estava em uma noite inspirada", lamentou Bill, lembrando-se de um chute de fora da área no primeiro tempo e um balaço após um rebote na segunda etapa. Ambos os chutes pararam em mais um ex-ídolo alviverde o goleiro atuou pelo clube entre 2002 e 2005.