O curitibano Maurício "Shogun" Rua voltará ao ringue do Pride, amanhã, em Saitama, no Japão. O evento é o maior acontecimento do Mixed Martial Arts (ou resumidamente MMA, popularizado no Brasil como vale-tudo) do planeta, onde se reúnem os melhores lutadores do mundo, em uma grande mistura de estilos e países realizada em ginásios lotados por fãs que manifestam verdadeira idolatria pelos "samurais do novo milênio". Exemplo dessa adoração aconteceu em Tóquio, na última quarta-feira, quando milhares de admiradores se aglomeraram para assistir à coletiva de imprensa que contou com a presença de quatro lutadores (entre eles Shogun). Segundo o site oficial do Pride, diante do alvoroço, a polícia local teve de cancelar as entrevistas apenas dez minutos após o seu início.

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O adversário de Shogun, representante da academia parananense Chute Boxe, será o judoca japonês Kazuhiro Naka-mura. O card (programação) do Pride Shockwave terá dez combates. Além de Shogun, outro brasileiro a subir no ringue da Saitama Super Arena é o baiano Rodrigo Minotauro, da Brazilian Top Team (do Rio de Janeiro), fazendo a revanche contra o norte-americano Josh Barnett, que o venceu em setembro por decisão dos juízes. Minotauro foi campeão na categoria pesado do Pride por um ano e meio, tendo perdido o cinturão em março de 2003 para o fenômeno russo Fedor Emelianenko, considerado por muitos o melhor lutador do mundo atualmente. Ele será o protagonista da luta mais esperada de amanhã, colocando seu cinturão em jogo contra o neozelandês Mark Hunt, que há dois anos acabou com a invencibilidade do campeão dos médios Wanderlei Silva, no Pride, em combate que não valia o título porque Hunt pertence à categoria pesado.

O Pride existe há apenas nove anos, mas o interesse de um povo historicamente identificado com as artes marciais rapidamente fez do evento japonês a grande febre do vale-tudo, desbancando os norte-americanos do Ultimate Fighting Championship (UFC), responsáveis pelo boom do MMA no início dos anos 90, época em que o brasileiro Royce Gracie assombrou o mundo com o seu Brazilian Jiu Jitsu. O encanto do Pride não acontece à toa, pois além de atrair os melhores lutadores por pagar as maiores bolsas (cujos valores são segredos bem guardados), seus encontros são grandes espetáculos, sempre lotados e bem organizados, que projetam mundialmente o nome de cada atleta que pisa em seu ringue. "Como todo lutador, sempre tive o sonho de lutar no Pride", diz Shogun.

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