Córdoba, Argentina - Enquanto eram amistosos, não fez tanta falta. Na primeira rodada da Copa América, diante da retrancada Venezuela, incomodou, mas ainda não era um jogo decisivo. A partir do duelo de hoje com o Paraguai, às 16 horas, porém, acabou a tolerância para chances de gol desperdiçadas. A seleção brasileira terá de acertar o pé se não quiser ver a classificação para as quartas de final do torneio se tornar um drama.
O primeiro tempo contra os venezuelanos ficou marcado pela falta de pontaria. E não é de agora que ela anda ruim. Desde que o técnico Mano Menezes assumiu o comando da equipe, foram nove partidas disputadas e 72 oportunidades criadas, daquelas dignas de entrar no compacto dos melhores momentos inclusive três com Ronaldo, no amistoso com a Romênia, que marcou a despedida do Fenômeno da seleção. Porém apenas dez bolas foram para a rede.
A média é de oito bons momentos ofensivos por apresentação, mas de somente 1,11 gol a cada partida. Número que pode cair para um, redondo, caso o ataque volte a passar em branco hoje.
"Temos de caprichar um pouco mais, ter um pouco mais de calma na hora de finalizar", diz Alexandre Pato, o camisa 9, ou seja, jogador que tem mais responsabilidade de fazer os gols. Ele jogou cinco das nove partidas sob o comando de Mano, e marcou três vezes nos três primeiros jogos. Na primeira partida da Copa América, teve três boas chances, mas parou no travessão em uma e no goleiro na outra.
Pato divide a artilharia da "era Mano" com Neymar, que atuou seis vezes. "Naquele momento é preciso raciocínio rápido. Não quero enfeitar, o que mais quero é fazer gol, porque gol é gol, sendo de barriga ou dando um chapéu no goleiro, vale um do mesmo jeito." Não parece, mas as palavras são do habilidoso atacante santista, garantindo não pretender dar aquele toquinho a mais na bola que muitas vezes atrapalha.
Os lances da última partida, porém, mostram que em alguns momentos ele optou pelo drible em vez de chutar ou cruzar. Nos dois lances mais claros, demorou e foi desarmado em um e viu o marcador desviar o arremate logo que a bola saiu do seu pé no outro.
O treinador pede rapidez nas conclusões. "Precisamos de um pouco mais de objetividade quando temos a chance, especialmente como foi no primeiro tempo", alerta.
Mas não cobra apenas os atacantes. "Não vamos transferir tudo para eles. A tomada de decisão no início das jogadas às vezes é mais importante que na parte final. Se inicia bem, tem mais chances de terminar bem", acrescenta, em uma análise direcionada ao segundo tempo da estreia, no qual o time foi lento no meio e parou de chegar com perigo à área.
Os outros quatro gols na gestão de Mano foram marcados pelo lateral-direito Daniel Alves (dois), o centroavante reserva Fred e o atacante Nilmar que não foi convocado para a Copa América.
Terceiro atacante da equipe, Robinho vive uma seca que dura desde as quartas de final da Copa do Mundo de 2010, quando a seleção ainda era dirigida por Dunga e ele marcou o gol brasileiro na derrota por 2 a 1 para a Holanda. Atacante que mais esteve em campo com Mano (oito jogos), parou duas vezes na trave. Forma como terminaram outras seis jogadas no período, número que ajuda a explicar o baixo aproveitamento ofensivo e a apreensão para o duelo de hoje com a forte defesa paraguaia (a cinco jogos sem tomar gols).
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