Los Cardales, Argentina - Logo na primeira resposta da entrevista coletiva de ontem, na concentração da seleção brasileira que disputará a Copa América na Argentina, Paulo Henrique Ganso foi na onda do discurso humilde, politicamente correto: "Quero deixar bem claro que não sou o centro das atenções. Sou mais um ali no meio de campo querendo ajudar a seleção".
Contraditório. Ainda mais após o técnico Mano Menezes ter deixado claro que hoje não há um substituto para Ganso. E o próprio jogador, nas respostas seguintes, mostrou estar ciente de que, na realidade, está longe de ser apenas mais um.
"Tenho de assumir todo o tamanho dessa camisa [a 10] e jogar meu belo futebol de sempre", afirmou logo depois. "É uma responsabilidade muito grande, mas tenho certeza de que, se apresentar um futebol muito bom, vou conseguir tirar um pouco da pressão", disse em outra resposta.
Ganso descreve sua função em campo da seguinte maneira: "Deixar todos na cara do gol, armar jogadas. Procuro dar qualidade para o time não ter dificuldade de chegar ao gol". Os atacantes, sempre esperando uma assistência dele, também não concordam com a história de que o companheiro seja apenas mais um.
E devem ter ficado mais esperançosos ao ouvir de Ganso que ele está pronto para o torneio, no qual o Brasil estreia domingo, contra a Venezuela após uma contusão grave de joelho e outra muscular que o afastaram da seleção por um ano.
"Consegui me recuperar muito bem, apesar de as lesões serem sérias. A tempo de jogar a final da Libertadores [pelo Santos], para ver se estava em condições para a Copa América. Deu tudo certo, me sinto super bem, sem receio nenhum", garantiu o camisa 10.
Referências na 10
Paulo Henrique Ganso disse ainda que os maiores camisas 10 que não viu jogar foram Zico e Pelé. "Dos que eu vi, Zidane, Kaká e Messi", relacionou, ignorando Maradona, logo na terra do eterno ídolo argentino.
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