Ninguém dúvida que se existem duas pessoas identificadas com o Paraná atualmente, o goleiro Marcos e o meia Lúcio Flávio. Amigos de longa data, criados desde cedo no Tricolor, os velhos companheiros se reencontraram no ano passado com uma missão espinhosa: devolver o clube aos bons tempos, aqueles da década de 90, quando o caçula da cidade teimava em bater nos irmãos mais velhos, Atlético e Coritiba, e enfileirar títulos.
Tarefa árdua, coisa para heróis, já que o atual Paraná coleciona problemas. Um deles, a péssima colocação na Série B é apenas o 17.º colocado com 13 pontos, dentro da zona de rebaixamento mesmo com a vitória apertada de sábado por 1 a 0 sobre o ABC.
"Fico triste de ver o clube na situação em que se encontra. Esse foi um dos motivos para eu ter voltado. Mesmo em final de carreira, me sinto útil para ajudar. É muito fácil culpar alguém e criticar de fora. Como paranista, é meu dever ajudar", cravou Marcos, 38 anos, que retornou ao clube em 2013, após passagem marcante pelo futebol português. "Notei uma torcida mais apaixonada. Mas, no contexto do clube, infelizmente, pouca coisa mudou. A infraestrutura, as condições, são as mesmas de antes, o Paraná não teve nenhuma progressão", emendou Lúcio Flávio, cuja volta se deu um ano antes de Marcos, após se destacar em grandes times do futebol brasileiro e algumas passagens pelo exterior.
Experientes, eles dão conselhos para o Tricolor amenizar a crise e colocar a casa em ordem. Reestruturação, liquidez financeira, fim da contratação por atacado e do braço social do clube.
"Temos que atrair investidores, acabar com as dívidas e colocar os salários em dia. Para isso, o Paraná tem que ter cuidado nas contratações, para diminuir ao máximo o risco de erro", pregou Marcos apenas neste ano o clube contratou 36 atletas. "A única saída que o Paraná tem é negociar a sede da Kennedy [social] e pagar todas as dívidas. Resumindo, ser um clube apenas de futebol, como a maioria dos outros clubes do país", fechou, enfático, Lúcio Flávio.
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