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Você já imaginou ronaldo atuando como meia? Quem sabe Roberto Carlos saindo da lateral para bater bola no ataque? Pois foi algo assim que levou Israel de Jesus a inventar em 2003 um sistema chamado Roleta-Russa Gigante. O método tinha como base exigir que os jogadores não tivessem uma posição fixa no campo. Que pudessem trocar de função durante o jogo com algum companheiro. Causou estranheza para uns, arrancou risos de outros. Já destacado pelo visual pouco discreto, pelo comportamento extrovertido e pela mania de misturar música com futebol, o treinador careca virou figura folclórica no esporte. Mais amadurecido, ele agora comanda o Iguaçu, de União da Vitória, em um projeto ambicioso de chegar pelo menos entre os quatro primeiros do Paranaense 2008.

"Agora, meu negócio é ganhar jogo", definiu o técnico, que ostenta campanha regular: uma vitória, um empate e uma derrota na Copa Paraná. O novo Israel confirma ter sido alvo de chacota, mas revela satisfação com o resultado. "Coloquei a cara para bater. Chamei a atenção naquela época e agora o Muricy, por exemplo, está usando esse sistema moderno no São Paulo", contou.

Ex-pagodeiro, com seis álbuns na carreira, ele alegou ter sido mal-interpretado quando começou a falar sobre a tal roleta-russa. "O brasileiro é criativo para jogar em outras posições. O que eu queria era dar liberdade ao atleta, mas sempre dentro de um esquema tático", complementou. Na Portuguesa Santista, chegou a dar camisas de números nada habituais ao time como forma de confundir os rivais. Um atacante poderia usar a 2; um zagueiro, a 10; e assim por diante.

Acabou demitido da Briosa após divulgar em um programa de tevê a sua criação. Apareceu tocando banjo no vestiário, minutos antes de entrar em campo. Com a posterior derrota por 1 a 0, ele e a roleta foram tirados de cena pelos dirigentes. Não foi o único problema com a cúpula de um clube.

Na Matonense, em 2004, foi contratado como técnico por uma empresa parceira da equipe local. Só que o clube decidiu montar um time à parte. Entraram em campo, então, os 22 jogadores e mais os 11 do adversário – o Nacional. Uma liminar da Justiça deu ganho de causa aos "da diretoria". Israel e seus pupilos sentaram e deitaram em campo, saindo do gramado após intervenção da polícia. E na marra.

O currículo de confusões assustou a direção do Iguaçu, que o contratou por indicação da Europa Sports e da Anjobol, parceiras do clube. "Tínhamos receio, mas até agora foi tudo muito bem. Ele tem trabalhado sério, feito preleções normais. Quanto aos resultados, é preciso esperar mais um pouco", falou o diretor de futebol Luilson Schwartz. E a roleta? "Estamos no básico. Está difícil encontrar jogadores que se adaptem a fazer mais de uma função", finalizou Israel.

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