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São Paulo (AE) – Reza a lenda que jogo da Copa Libertadores precisa ser tenso, dramático, catimbado – e não necessariamente bonito. Pois Palmeiras e São Paulo resolveram honrar essa estranha tradição, no clássico que disputaram no começo da noite de ontem, no Estádio Palestra Itália, pelas oitavas-de-final da competição continental. Sobraram garra e faltas, rarearam os momentos de emoção; a técnica ficou escanteada. O empate por 1 a 1 deu a medida exata do que fizeram os dois rivais na primeira parte dessa batalha, que prossegue na próxima quarta-feira, no Morumbi.

O clima de guerra se manifestou no gramado, com mais de 60 faltas e 7 cartões amarelos. Antes da partida, cenas de violência ocorreram nas imediações do estádio e tornaram mais caótico o trânsito no horário de rush. São-paulinos e palmeirenses brigaram no caminho e a PM também teve trabalho para controlar o acesso de torcedores às arquibancadas.

Mal a bola começou a rolar, Josué deu o tom do jogo, com entrada forte em Edmundo, com menos de um minuto. Merecia amarelo, que Carlos Eugênio Simon economizou, para depois distribuir para Daniel, Correa, Edmundo, Marcinho, Danilo, Aloísio, Fabão. Entre uma falta e outra, o São Paulo teve uma chance aos 4 minutos, com Aloísio, que passou rente ao travessão. Na segunda oportunidade, 18 minutos mais tarde, Aloísio não vacilou e fez 1 a 0, depois de Gamarra desviar com defeito.

O fantasma que tem feito o Palmeiras tropeçar no Parque Antártica voltou a ficar à espreita, em seu posto de observação sobre as chaminés das antigas indústrias Matarazzo. Mas foi espantado aos 35 minutos, em lance confuso, em que Simon viu pênalti: Fabão subiu na área com Souza, que tocou a bola com o braço. Os jogadores do São Paulo protestaram, Edmundo ignorou a pressão e fez 1 a 1. "Nada contra o professor Leão", explicou o atacante, no fim. "Mas com a mudança de técnico, o astral ficou legal."

O ânimo do Palmeiras pode ter melhorado – o futebol, não. O time mostrou limitação, no segundo tempo, e se superou com boa vontade e aplicação. E ainda teve o retorno de Juninho, que ficou pouco tempo em campo. O São Paulo tentou fazer sua parte, teve duas chances, mas não soube aproveitá-las. Como consolo, resta-lhe a vantagem de jogar por 0 a 0 para seguir adiante.

Em São Paulo

Palmeiras 1Sérgio; Daniel (Thiago Gomes), Gamarra e Wendell; Paulo Baier, Márcio Careca (Reinaldo), Marcinho Guerreiro, Correa e Marcinho; Edmundo e Washington (Juninho).Técnico: Marcelo Vilar.

São Paulo 1Rogério Ceni; Fabão, Lugano e André Dias; Souza, Josué, Mineiro, Danilo e Júnior; Thiago Ribeiro (Leandro) e Aloísio. Técnico: Muricy Ramalho.

Estádio: Palestra Itália. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (RS) Gols: Aloísio (SP), aos 23min, e Edmundo (P), aos 37min do 1.º tempo. Amarelos: Daniel, Correa, Marcinho, Edmundo (P); Fabão, Danilo e Aloísio (SP).Público: 18.621 pagantes. Renda: R$ 311.205,00.

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