Maculado antecipadamente pela existência do "supermando", o Campeonato Paranaense vive o último capítulo de outra polêmica a partir das 13h30 desta quinta-feira, no Rio de Janeiro. É lá que os auditores do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vão analisar o pedido do Arapongas em ficar com a vaga do Operário na Série Ouro estadual. A última instância do futebol nacional pode negar manter tudo como está, ou gerar um novo fiasco.
Autor da ação, o advogado Nixon Fiori, representando o Arapongas, não esconde a confiança em uma mudança na elite estadual, ainda mais depois do parecer favorável ao time, dado pelo relator do caso, Caio César Rocha.
"Vamos tentar ter o êxito neste processo após o parecer do doutor Caio. O nosso entendimento da situação vai na mesma linha do que o relator já indicou em seu parecer. A parte oral será importante para lograrmos êxito junto aos demais auditores do STJD. Seguimos entendendo que houve uma fraude no jogo do AFA na Divisão de Acesso, já que eles atuaram com atletas irregulares apenas para não caracterizar o W.O. e sofrer uma punição pior", afirmou Fiori, por telefone, à Gazeta do Povo.
Do outro lado, o advogado do Operário, Domingos Moro, vem trabalhando em parceria com Juliano Tetto, diretor jurídico da Federação Paranaense de Futebol (FPF), ambos defendendo tudo o que foi feito até aqui, sem comprometer a vaga do Fantasma na elite paranaense, nem a entidade pela suposta homologação equivocada dos últimos jogos do AFA na Segundona estadual.
"A nossa missão lá é abordar as contra razões do caso, o parecer do relator não foi modificado e favorece ao Arapongas. Já venci e perdi em situações em que tinha um favorecer como este a meu favor, então ele tem o seu peso, mas faremos a nossa sustentação em cima do fato em que os jogos do AFA foram válidos e homologados pela FPF. Eles jogaram com atletas em situação irregular sim, mas os jogos aconteceram, não como anulá-los no meu entendimento", comentou Moro.
Se a ação do Arapongas for bem sucedida no STJD, todos os jogos do Operário até aqui serão anulados e terão de ser jogados novamente, mas com o time do interior no lugar do Fantasma. Equipe para mandar a campo, segundo Nixon Fiori, o Arapongas terá.
"O EC Barueri (e não Grêmio Barueri) tem o mesmo investidor do Arapongas (Adir Leme) e nós teríamos rapidamente 15 a 20 atletas sem problemas. O que seria necessário é um prazo para os nomes constarem no BID e nós buscarmos um campo, já que o nosso (Estádio dos Pássaros) não passou pelas vistorias da FPF", concluiu.
Entenda o caso
A confusão envolvendo Arapongas, Operário, AFA e FPF começou na fase final da Divisão de Acesso 2009. O Arapongas denunciou a escalação indevida de vários jogadores não inscritos do AFA, na última rodada da competição. A medida foi assumida pelo time de Umuarama (o qual jogou em Foz do Iguaçu) e é considerada irregular pela procuradoria do STJD.
O Arapongas pede nesta ação que o jogo seja caracterizado como um W.O. Se confirmado, seria o segundo do AFA, que não havia comparecido à partida contra o Roma, na rodada anterior. Se a tese for aceita, os resultados do time seriam desconsiderados e o Arapongas ficaria com a vaga que acabou ficando com o Operário. Se a vaga não fosse possível, o time pede ainda a sua inclusão como 15ª equipe na Série Ouro. No Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), o Arapongas perdeu por 5 a 0.
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