Em apenas quatro dias, a prefeitura do Rio de Janeiro mudou de idéia duas vezes sobre as obras estruturais no entorno da Vila Pan-Americana, na Barra da Tijuca (zona oeste da cidade). Nesta sexta-feira, o prefeito Cesar Maia assinou um decreto em que suspende por tempo indeterminado essas obras, que são vitais para o funcionamento do local, um dos mais importantes do Pan Rio 2007.
Segundo a decisão, publicada no Diário Oficial do Município desta sexta-feira, a prefeitura entende que essa despesa não deveria ser feita por ela por dois motivos: o valor que o Ministério do Esporte repassou para a construtora da Vila a título do aluguel dos apartamentos até o fim do ano por causa do Pan e a alteração da lei que permitiu a construção dos prédios com mais de dez andares no local, que teria valorizado o terreno.
No acordo de cessão do terreno para a construção da Vila, a prefeitura ficou como responsável pela dragagem e canalização do Rio Arroio Fundo, que fica ao lado do terreno, e da construção das ruas de acesso ao local. O custo orçado foi de pouco menos de R$ 15 milhões.
Esse é mais um capítulo desse impasse, já que na terça-feira, a prefeitura ratificou que não faria esse investimento. Na quarta, em um encontro com o uruguaio Julio Maglione, presidente da comissão da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) que inspeciona as obras do Pan, César Maia mudou de idéia e disse ao dirigente que faria as intervenções. Agora, a situação retornou a que era na terça.
As obras da área externa da Vila Pan-Americana são polêmicas desde o início da construção da Vila, no início de 2005. O empréstimo solicitado pela construtora à Caixa Econômica Federal demorou a ser liberado porque o banco queria uma garantia de que a prefeitura do Rio faria as intervenções estruturais no terreno. Isso motivou um atraso de quase dois meses na liberação dos recursos.
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