Quando o Universidad de Chile empatou o jogo, na última quinta-feira, no estádio Santa Laura, Vagner Love foi às lágrimas ainda dentro de campo, antes mesmo de o árbitro apitar o fim do jogo. Pouco depois, o Flamengo conseguiu ficar na frente do placar e voltar a sonhar com a vaga para a semifinal da Libertadores. Mas quando tudo terminou - vitória por 2 a 1, mas eliminação - não foi apenas o atacante que sentiu o peso da desclassificação. O vestiário rubro-negro foi tomado pelas lágrimas de muitos outros jogadores.

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"Adriano era um dos mais tristes no vestiário", disse Rogério Lourenço, com semblante e discurso muito seguros.

Ainda em campo, o Imperador deu rápida declaração para amenizar o estrago que foi feito.

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"Caímos de cabeça em pé. O time jogou bem, mas faltou um gol. Jogamos melhor, mas depois que ficamos com um homem a menos, as coisas ficaram mais difíceis", disse Adriano.

Apesar do discurso, boa parte do grupo deixou o vestiário de cabeça baixa. O inevitável abatimento acompanhou cada passo de quem deixava o estádio Santa Laura até o ônibus da delegação. Enquanto Rogério Lourenço concedia uma tumultuada coletiva de imprensa, Adriano, Love e Leonardo Moura foram os primeiros a sair.

Pouco a pouco, os jogadores foram deixando o vestiário. Kleberson e Bruno não quiseram dar entrevista numa espécie de zona mista. O goleiro, aliás, estava com a revolta estampada no rosto. Ele faz parte de uma geração que sucumbiu três vezes na Libertadores ao lado de nomes como Leonardo Moura, Juan, Toró e Ronaldo Angelim. O zagueiro, inclusive, disse que o time não pode se deixar abater para não atrapalhar o início de campanha no Brasileiro.

"Tomara que não (haja ressaca). Vimos que os jogadores ficaram muito tristes", afirmou Angelim.

Seu companheiro, David deixou o estádio com os olhos marejados e com forte denúncia de que o pranto foi grande. Segundo informações, Vagner Love também chorou muito no vestiário. Mesmo abatido, Willians foi um dos poucos a falar na saída do estádio.

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"Temos de levantar a cabeça porque temos um Brasileiro pela frente e sabemos que se chegarmos entre os quatro primeiros vamos disputar a Libertadores novamente. Temos um ano pela frente", disse o volante.

A presidente Patrícia Amorim também "escapou da imprensa". Ela fez questão de ir no ônibus do time no percurso entre o estádio e o hotel. Quando chegou lá, seguiu direto para o quarto, assim como quase todos os outros jogadores, apesar de os outros dirigentes que foram a Santiago terem ficado no saguão conversando. Inclusive, seu marido, Fernando, que só depois de alguns minutos seguiu para o quarto de mãos dadas com o filho que o acompanhou na viagem e que também trazia no rosto as marcas da eliminação.

No caminho, o marido da presidente passou por Maldonado, que foi liberado para dormir em seu apartamento na cidade, mas volta ao Rio de Janeiro com a delegação nesta sexta-feira. Somente Fierro não volta com o time, pois se apresenta à seleção chilena para, provavelmente, disputar a Copa do Mundo pelo seu país.