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Fila no Couto Pereira para a aquisição de ingressos: materiais de torcidas organizadas seguem vetados no estádio do Coritiba | Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Fila no Couto Pereira para a aquisição de ingressos: materiais de torcidas organizadas seguem vetados no estádio do Coritiba| Foto: Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo

A torcida organizada Império Alviverde deve seguir afastada – de forma oficial – dos estádios, com anuência da diretoria do Coritiba. Entretanto, a inoperância do sistema judiciário paranaense permitirá aos invasores de campo no fatídico dia do rebaixamento no centenário do clube presença no jogo que marca o retorno do Coxa à sua casa. A crítica ao sistema veio através de representantes das duas partes (clube e torcida organizada), que participaram de um encontro no Ministério Público na tarde desta terça-feira (14).

Para o diretor jurídico coxa-branca, Gustavo Nadalin, os episódios de seis de dezembro tiveram poucas consequencias aos envolvidos, deixando o Coritiba como o grande onerado na história. "Ninguém está preso ou tem de cumprir pena. Há pouco a se fazer, falta mais ação do judiciário", cobrou o advogado, lembrando que os 22 indiciados pela violência no jogo Coritiba 1 x 1 Fluminense naquela data poderão estar presentes na partida de retorno ao Couto Pereira, depois da punição de 10 jogos imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Oficialmente a torcida estará afastada, sem ostentar seus materiais identificados. Mas ela tem sido presente aos jogos do clube e estará na partida de sábado, 15h50, no Couto Pereira, contra a Portuguesa. Para Luiz Fernando Corrêa, o "Papagaio", presidente da facção, não há como se responsabilizar a pessoa jurídica e deixar impunes os invasores. "Nós os afastamos do quadro da torcida, impedimos que viajassem juntos, mas não temos como barra-los de ir e vir. E ninguém está punido", disse, para depois confirmar que apresentou um projeto como solução – o que não teria sido levado a diante pelas autoridades locais.

"Propomos a criação de uma comissão permanente sobre o assunto, que reuniria o MP, a polícia, dirigentes e membros das torcidas. Teremos então um cadastro oficial dos membros e a polícia poderia agir em cima dos problemas e não tratá-los como se não existissem", reclamou, dizendo-se colaborador em todas as fases da investigação sobre o dia 06/12. "Acabar com as organizadas é pior. Temos grupos internos que seguem a um comando único e o que seria uma torcida se tornaria dez", argumentou.

Ainda assim, o acordo com o Coxa, para que os materiais da torcida voltassem às arquibancadas, não saiu. "Não podemos correr o risco de alguém, mesmo sem responsabilidade da torcida, invadir novamente o campo e trazer novos problemas ao clube. Está faltando rigos da justiça. Está faltando o exemplo", cobrou Nadalin. Ele ainda citou um caso recente: "Veja, a justiça de Santa Catarina já julgou aquele fotógrafo [episódio das ofensas ao árbitro de Coritiba 1 x 2 São Caetano, em Joinville] e ele está impossibilitado de ir aos jogos por três meses aqui em Curitiba, comparecendo a uma delegacia na hora."

Nadalin ainda levaria ao G9 os argumentos da torcida organizada, para que a diretoria do clube definisse a questão da presença no jogo de sábado.

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