Começamos a semana retrasada comemorando o acesso do Atlético e a permanência do Coritiba na Série A. As respectivas vitórias sobre São Caetano e Atlético-MG respaldavam o otimismo, embora a matemática recomendasse cuidado. Passamos por cima deste alerta numérico e – este colunista incluído – demos por encerrado o 2012 do futebol paranaense. O sofrimento estendido da dupla Atletiba – aliado ao apuro financeiro do Paraná – diz muito mais a respeito do futebol local do que a calmaria anunciada no início do mês.

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O Atlético levará até o fim a dúvida de qual divisão jogará em 2013 porque foi assim que construiu a temporada atual. Trouxe gato por lebre na primeira escolha de treinador, montou um elenco frágil demais para a exigência da Bezona, demorou a acordar. Subirá (ou deve subir, para ser tardiamente prudente) porque o cenário da última rodada é favorável e seu time é melhor o suficiente para vencer ou ao menos empatar o clássico, mesmo que haja uma mala branca à espera dos tricolores.

Deve levar consigo para a Série A alguns recados bem claros. O time atual basta para a Segunda Divisão, mas não aguenta o tranco da Primeira. De Weverton a Marcão, o Atlético de hoje é time para lutar contra o rebaixamento na elite. Repetir os erros de planejamento deste ano em um campeonato em que o clube estará na metade mais pobre – e não na mais rica, como ocorre na B – é fatal.

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No Coritiba, a permanência na Série A é a tendência, nem que seja por inércia, com Bahia, Portuguesa ou Sport não chegando a 45 pontos. O calorzinho no fim do ano serve de lembrança que a regra no Alto da Glória em 2012 foi contar vitórias nos dedos, como na maior parte do tempo, e não a fartura do início da passagem de Marquinhos Santos.

O treinador ganha um desafio adicional no seu início de carreira: lidar com um momento de queda técnica do time e nítido desinteresse de alguns jogadores. Será bom para Marquinhos e para o próprio Coritiba. Quanto a 2013, ficou mais uma vez evidente que o elenco atual precisa de bons reforços além de Alex para subir de patamar no Brasileiro e suportar um ano em que a Copa do Brasil será jogada até novembro.

Abuso

É repugnante a cena do policial da Rone abordando, violentamente, uma jovem durante caminhada de torcedores até o Couto Pereira. Também é revoltante a maneira como outro policial intimida uma garota que filma a cena. Não é de hoje, a polícia tem extrema dificuldade de lidar com torcedores. Parte do pressuposto de que todos são bandidos. Faltam estratégia, inteligência, treinamento.

O comando da polícia tem o dever imediato de apurar a ocorrência e punir seus oficiais pelo abuso. A médio prazo, precisa rever a maneira como age em relação a torcedores. Se ficar só na punição aos policiais flagrados no vídeo, não fará nada além de jogar para a torcida.

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