Alex, Ricardinho e Kléberson deram aos clubes, e à cidade de Curitiba, o selo de qualidade internacional que o nosso futebol jamais teve em dosagem tripla. Depois de Caju (no final dos anos 40) foram raras as convocações de paranaenses para a seleção nacional. Se a memória não me trai, lembro apenas dos coritibanos Dirceu (três Copas) e dos laterais Dida e Rafinha (uma Olimpíada cada). Talvez mais um ou outro em amistosos de expressão irrelevante.
Kléberson retornou ao Atlético em um momento ruim do clube. Seria melhor para os torcedores o congelamento daquela imagem sublime que o "Xaropinho" deixou na Arena de 2002, saindo para a consagração em Yokohama. Ricardinho, apesar da generosidade e amor ao clube, pecou por não auditar a situação real do Paraná antes de assumir a nova função. Mas não comprometeu o seu nome e muito menos o seu passado.
Apesar do posicionamento quase semelhante em campo, não dá para compará-los no comportamento. Alex conhece a si mesmo como poucos, e expõe uma autoconfiança inabalável. Sabe a dimensão exata do seu talento e controla sua vida profissional com uma paciência de Jó. Ricardinho, ao contrário de Kléberson, é comunicativo. Tem a perspicácia de calcular as mais variadas situações. Era tão habilidoso dentro quanto fora de campo. Kléberson é o tipo iluminado. Brilha nos momentos mais importantes. Além de ser campeão jogando uma final de Copa, esteve no poderoso Manchester United. Tudo parecendo a faísca de um raio. Mas talvez não tenha colapsado a luz que o acompanha. A ficha não caiu.
Sobre as voltas de Kléberson e de Ricardinho, já fizemos referência na época. Agora quem dá a bola é o Alex. Em 2002, foi uma heresia Alex ser preterido por Edílson, Polga e Vampeta, entre outros. Foi um golpe duro, mas a injustiça provocou um amadurecimento para a vida do atleta e cidadão que hoje ele é. Adorado pelos times por onde passou, pesa a favor de Alex não somente a encantadora poesia que declama com a bola nos pés, como também sua postura familiar e profissional, um exemplo saudável para quem o idolatra.
Alex sabe que ninguém arranca o talento de ninguém. Hitchcock e Chaplin nunca levaram o "Oscar" sabe lá por quê. Dom Hélder Câmara não ganhou o Nobel da Paz (dizem que a ditadura militar trabalhou contra o "bispo dos pobres"). E, no futebol, Zico, Sócrates e Falcão são mais lembrados, mesmo sem o título de 82, do que alguns campeões mundiais de 94, por exemplo.
Não dá para catalogar Alex como um jogador de sorte. "Sorte" é o que acontece quando a preparação e o talento nato encontram a oportunidade. Alex sempre foi um lutador. Sorte é da imensa nação alviverde em tê-lo de volta.
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