O futebol brasileiro ensaia, como em alguns países da Europa, dar seus primeiros passos após quase dois meses de suspensão das competições nacionais por conta da pandemia do novo coronavírus. Goiás e Atlético Goianiense confirmaram que irão restabelecer a rotina de treinos presenciais a partir do início de maio. Mas será que é seguro já retornar aos treinamentos? O Estado conversou com Renato Grinbaum, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a respeito dos riscos que os atletas estão expostos a correr com a volta das atividades.
"Os problemas que eles enfrentarão não estão diretamente ligados ao esporte. Em primeiro lugar, o contato físico, o suor, em si, não é tão importante, mas, inevitavelmente, num esporte coletivo existe a proximidade. Um jogador está marcando o outro, então existe a possibilidade de uma contaminação respiratória. Até mesmo com as mãos ele pode se infectar. Esse contato físico indireto, não pelo suor, mas pelas vias respiratórias, existe e faz com que o atleta corra o risco de contrair o vírus", explicou Grinbaum.
Para o membro do SBI, a musculação não traz tantos riscos, já que os treinos dos atletas são individualizados, ou seja, não causam aglomeração. Também são mais fáceis de manter a higiene dos equipamentos e o suor não transmite o vírus. Porém, o infectologista faz um alerta para os vestiários, onde os jogadores se reúnem após as sessões de treinamento.
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"O grande problema está na proximidade, na distância entre as pessoas e no cuidado, especialmente, com as maçanetas das portas e com as torneiras. Sempre que possível, o jogador deve manusear a torneira com um papel toalha descartável e tentar, ao máximo, evitar levar a mão a boca após tocar na torneira suja", disse.
Ainda não há previsão para que o futebol retorne no Brasil, mas como o próprio governo federal indicou uma flexibilização do isolamento social, é provável que, em alguns Estados do país, equipes iniciem o retorno de suas rotinas de treinamento. A maioria dos clubes brasileiros deu férias para seus atletas até o final deste mês. Entretanto, existe a possibilidade do prazo ser prorrogado por mais um período. O Brasil conta com mais de 50 mil casos de coronavírus detectado e já são mais de 3 mil mortos.
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