Silas é um técnico diferente. Nem ele sabe ao certo como se definir. Diz ter tirado um pouquinho de vários treinadores. Adora, por exemplo, a obstinação pelo trabalho de Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro pelo São Paulo. Sempre que a ocasião exige, também apela para ações motivacionais, seguindo o estilo de René Simões, com quem volta e meia troca figurinhas Do Caos ao Topo, Uma Odisseia Coxa-Branca, livro contando a saga do Coritiba na Segunda Divisão de 2007, escrito por Simões, virou uma espécie de manual de autoajuda para Silas nesta temporada.
"Mas tem também o Cilinho, com quem comecei a jogar no São Paulo, Pepe, Ênio Andrade, Antônio Lopes... E o Marcelo Lippi, que foi meu técnico na Itália", acrescenta ele.
A mistura de conceitos e personalidades resultou no "professor" Silas. E foi decisiva na campanha de retorno do Avaí à Primeira Divisão após 30 anos o clube catarinense terminou em terceiro lugar na Série B . "Foi um trabalho simples, progressivo e equilibrado", conceitua o ex-auxiliar de Zetti, com passagem pela Vila Capanema durante a Libertadores e o Paranaense de 2007. Como jogador, o ex-meia foi campeão estadual pelo Atlético em 2000.
Silas também foge do estereótipo do boleiro aposentado que passa a ganhar a vida com uma prancheta nas mãos e um boné na cabeça. Nada de discurso comum. Em pouco mais de meia hora de conversa, o treinador faz um diagnóstico claro da categoria.
"Eu quero ser um dos responsáveis pela mudança de postura entre os técnicos de futebol no Brasil. Todo mundo fala em projeto a longo prazo, mas é só aparecer alguém oferecendo R$ 1 mil a mais que o cara chuta o projeto. Se não mudar a cabeça do treinador, não iremos mudar a cabeça dos dirigentes, que com duas derrotas já querem mandar embora. Não quero ficar tentado por dinheiro", crava ele, que chegou a receber recentemente uma consulta de empresários para trocar a Ressacada pelo Alto da Glória. "Temos de dar o exemplo pela ação", acrescenta o pastor da Igreja do Nazareno, a mesma do auxiliar técnico da seleção brasileira Jorginho, mais um conselheiro fiel na ascensão do Avaí.
Outro mantra que norteia a nova carreira, iniciada no Fortaleza no fim do ano passado, Silas tirou do livro Transformando Suor em Ouro, de Bernardinho, técnico do time nacional de vôlei masculino: jogador tem de trabalhar sem reclamar. "Quem ganha mais do R$ 5 mil por mês, só viaja de avião e fica em bons hotéis tem de entrar em campo e comer a bola. Quer motivação maior?"
É nessa linha que o treinador aposta para continuar fazendo sucesso em 2009. Com o Avaí, evidentemente. "O momento é de não ter medo. Lutamos tanto para conseguir isso (o acesso) que só podemos olhar para a frente, pensar em ficar entre os dez ou 12 melhores da Série A, na classificação para a Sul-Americana", ressalta, no melhor estilo René Simões, Muricy Ramalho, Bernardinho...
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